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Líderes debatem as perspectivas da pecuária brasileira em Fórum na cidade de SP

É necessário colocar investimento no pecuarista para que ele se torne sustentável com gestão e eficiência

Ao todo 600 participantes, entre eles em sua maioria pecuaristas, representantes da indústria frigorífica, líderes do setor financeiro, das empresas de insumos e serviços estiveram reunidos na capital paulista no 3º Fórum Pecuária Brasil, realizado pela Datagro para debater as perspectivas para o segundo semestre de 2023, a questão da sustentabilidade, mercado interno e externo e o impacto do preço.

Durante a 3º edição do Fórum o assunto sobre a abertura de novos mercados, indicadores de qualidade e o mercado interno foram pautas durante o segundo painel.

Eduardo Predoso, diretor executivo de originação da Friboi JBS disse que é de suma importância hoje para as empresas o acesso a novos mercados como Coréia e Japão, afim de reduzir a dependência das exportações para a China.

Pedroso acredita em um cenário otimista não só para os produtores, mas também para os consumidores. “Os preços elevados da carne nas gôndolas estão afetando a régua da demanda do mercado doméstico e a estabilidade do mercado no curto prazo. Mas as projeções são otimistas para o segundo semestre, com a recuperação dos volumes e abertura de novos mercados de exportação e seu equilíbrio com o mercado interno. É indiscutível a vocação brasileira para ocupar espaço na demanda crescente por carne bovina, projetada para as próximas décadas”, finaliza.

Sérgio De Zen, executivo da Minerva Foods disse que há uma necessidade de aprimorar a política dentro da porteira.

“Precisamos de informações confiáveis e política oficial do estado. Todos estamos no mesmo barco”, opina.

Já, sobre indicadores de qualidade que auxiliam na tomada de decisão do setor pecuário e integração entre todos os elos da cadeia, foi conclusivo: “Não existe indicador sem matéria prima com informação de qualidade. A relevância do número vem da qualidade da informação que é fundamental para quem compra/vende”, disse de Zen. 

Durante o painel 3 sobre rotas de sustentabilidade na pecuária brasileira, Caio Penido do Instituo Mato Grossense da carne (IMAC) explicou o conceito do passaporte verde para fazendas que estão realizando os abates verificados. Esse passaporte está escorado no código floresta e é um protocolo destinado a implementação de rastreabilidade socioambiental na cadeia produtiva da carne em MT.

“É preciso colaborar com o produtor que quer voltar ao mercado através do programa de reinserção e monitoramento e propor que a ACT seja o fio condutor para a verificação de rastreabilidade dos abates”, disse.

“Hoje 80 por cento dos abates são verificados no MT. Carne carbono zero total não existe. Agora baixo carbono sim”, completou.

Fernando Sampaio, Diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira de Exportadores de carne (ABIEC) disse que a associação representa 98% das exportações da carne que sai das indústrias brasileiras. Hoje a produção de carne bovina equivale 10, 58 milhões toneladas. A FAO estima um aumento da demanda e produção no mundo da ordem de 9% nos próximos 10 anos puxados pela Ásia e mercados emergentes onde a renda aumenta e o consumo também. Para atender a demanda precisamos mitigar as mudanças climáticas e construir a narrativa da sustentabilidade. “É possível produzir de forma sustentável”, afirmou Sampaio.

O Brasil tem a pecuária eficiente com quem faz o correto. A base da pecuária estimada hoje em 76% possui baixa tecnologia e não é sustentável e apresenta algum tipo de desperdício de recurso, mas há oportunidades. “É necessário colocar investimento neste pecuarista para que ele se torne sustentável com gestão e eficiência, mas para isso, precisa de transferência técnica, integração, inovação e tecnologia”, explica o diretor.

“O preço do boi faz quem é eficiente e está no topo da pirâmide e os 76% sem tecnologia está perdendo dinheiro”, comenta Sampaio

Ainda de acordo com o executivo, a rastreabilidade vai ajudar no monitoramento da minoria que faz o errado e vai dar garantias ambientais e valores para carne que é produzida com todos os protocolos corretos. “Precisamos definir o que queremos do governo: solução em curto prazo ou implementar a rastreabilidade a longo prazo”.

Durante o painel 4, que debateu o mercado futuro do boi gordo e as perspectivas para 2023, Leandro Bovo, Diretor da Radar Investimentos pontuou que neste momento, não há fórmula para sair da dependência da China que continuará sendo nosso destino principal. ” Porém, sem pagamentos de prêmios exorbitantes com uma tendência de pagamento dentro da média do mercado vamos observar outras  oportunidades de clientes, naturalmente”, considerou.

“A curto prazo (outubro /novembro) vejo que a pressão em relação ao preço irá continuar até consumir o excesso de carne em oferta e depois haverá um equilíbrio”, analisou Bovo.

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