Clima adverso: Amendoim safra 23/24 apresentou em abril queda de 3,3%

Produtor de amendoim está de olho na qualidade das sementes para safra 24/25

Com o início do ciclo 2024/2025 do amendoim, a maior exportadora de óleo de amendoim do Brasil já começou a realizar testes de germinação e vigor, além de selecionar e repassar as sementes para os produtores. Estes, por sua vez, já iniciaram o preparo do solo para a multiplicação das variedades desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

O objetivo é plantar em torno de 500 hectares de campos de semente, quantia que deve render aproximadamente 850 toneladas de vagem de amendoim. Elas são das variedades 503, 505, OL3 e 677, do IAC, e 423, 425 e 427, da Embrapa.

Foto: Getty Images

As variedades que entraram no mercado nesse ano são a IAC 503, a IAC 505 e IAC OL3. Elas são certificadas e conhecidas pelos produtores. Apresentam um ótimo desempenho e ciclos de produção diferentes entre si. A IAC OL3, por exemplo, proporciona menor tempo de cultivo. Já a IAC 505 tem ciclo médio-tardio, enquanto a IAC 503 é uma variedade tardia, com maior resistência à incidência de pragas e ao estresse hídrico, possibilitando ao produtor realizar um planejamento de plantio e colheita de sua lavoura. Todas são altamente produtivas, especialmente a IAC 505, que conta maior teor de óleo e boa tolerância a doenças foliares, com ciclo médio de 140 dias do plantio até a colheita.

O amendoim alto oleico possui entre 70% a 80% de ácido oleico na sua composição, garantindo ao óleo e aos produtos de amendoim maior durabilidade, e, consequentemente, mais tempo na prateleira, além de maior resistência à oxidação. A riqueza em ácidos monoinsaturados torna o produto vantajoso também no aspecto nutricional, uma vez que dietas ricas em ácidos graxos monoinsaturados ajudam na redução de triglicerídeos e no aumento do HDL, conhecido como o bom colesterol.

Estado de São Paulo principal produtor nacional

O estado de São Paulo é o principal produtor nacional de amendoim. As regiões de Marília (13,4%), Presidente Prudente (13,1%), Jaboticabal (10,9%) e Tupã (9,4%) são as principais produtoras no Estado e são responsáveis por aproximadamente 46,8% da produção paulista.  

De acordo com a estimativa de safra realizada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) e Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), o amendoim safra 23/24 apresentou em abril de 2024 os seguintes resultados:

Queda de 3,3% na área produtiva para um total de 172,3 mi ha e uma redução de produção de 28,7% sobre um total de 524,8 mil toneladas. A produtividade também caiu 26,3% em relação aos números projetados de 3.046 kg/ha, quando comparadas à safra anterior. As causas para esse desempenho estão relacionadas ao clima adverso, calor excessivo e falta de chuva, cenário que inclusive foi propício à incidência de pragas.

O perigo das sementes falsas

O produtor deve estar atento a sementes falsas e buscar o uso de sementes certificadas, submetidas aos mais rígidos testes nas fases de desenvolvimento e geração e que são produzidas de acordo com os requisitos exigidos pela legislação.

Sementes falsas são aquelas sem qualquer tipo de certificação ou garantia de procedência e levam à menor produtividade, devido à qualidade inferior de germinação, e possibilitam a disseminação de pragas e doenças entre regiões e propriedades.   

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