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Produtividade do milho cai no Rio Grande do Sul

Em nova avaliação da safra, efetuada em 458 municípios, a cultura do milho apresenta uma redução de 39,49% na produtividade inicial de 7.337 kg/ha, que foi recalculada em 4.440 kg/ha. As áreas implantadas consistiam em 831.786 hectares, mas foram reavaliadas em 810.380 hectares, ou seja, 2,57% inferior à inicial. Considerando todos os fatores, a produção no Rio Grande do Sul foi revista para 3.597.897 toneladas, representando um decréscimo de 41,05%. Os dados são da Emater-Ascar/RS.

 

A redução de produtividade é decorrente, majoritariamente, da insuficiência de umidade nos solos entre dezembro e fevereiro, período que culminou, em grande parte dos plantios, a fase reprodutiva, crítica para a manutenção de potencial produtivo das lavouras. 

 

A irregularidade das chuvas provocou desigualdade em relação à perda no potencial produtivo entre as regiões do Estado. A época de plantio também interferiu no índice de perdas, como é possível observar nas lavouras semeadas no início do período recomendado, que foram as mais prejudicadas. A ocorrência de chuvas entre 02 e 04/03 beneficiou os cultivos em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, que totalizam 26% das lavouras. No período, a colheita evoluiu para 61% da área cultivada. 

 

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Em Hulha Negra, 5% das lavouras foram colhidas. As lavouras sem irrigação apresentam muito baixo potencial, e as irrigadas, de maneira geral, não sofreram perdas significativas. As lavouras implantadas em novembro e que não foram abandonadas devido à estiagem estão em fase de enchimento dos grãos, e a colheita só acontecerá no final do outono, estratégia comumente adotada pelos produtores
como forma de manter as plantas a campo para maior perda de umidade. 

 

Em Caxias do Sul, embora as chuvas tenham ocorrido de modo mais regular, estima-se uma redução de 13,85% na produtividade de 7.871 kg/ha, projetada inicialmente. A nova projeção indica produção de 6.781 kg/ha em 97.060 hectares cultivados. Apesar
dessa diminuição, a safra é considerada satisfatória pelos produtores. No período, a colheita avançou lentamente, mas deverá se intensificar nos próximos dias, pois as maiores lavouras, situadas em torno de Vacaria, estão em final de maturação.

 

Foto: Getty Images

 

Tendência do Clima para o milho

 

Na Região Sul a previsão é de pouca chuva ao longo dos próximos 10 dias. Até há previsão para a passagem de uma frente fria pela costa a partir da próxima sexta-feira (17/03), que deve trazer episódios de chuva de forma mais abrangente para o interior gaúcho, mas o sistema deve passar rapidamente entre o Sul e o Sudeste e não deve trazer volume expressivo de água para essas duas regiões. Os maiores períodos de tempo aberto ao longo desses próximos 10 dias devem favorecer a instalação do milho segunda safra especialmente no Paraná, onde as atividades vinham ocorrendo com atraso, devido o excesso de umidade.

 

Radar Meteorológico para áreas agrícolas

 

O Radar Meteorológico é um dos únicos equipamentos utilizados que pode estimar espacialmente a taxa de precipitação baseada em sensoriamento remoto. Clique aqui e saiba mais!

 

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Chuvas de fevereiro favoreceram os frutos do café em SP

As chuvas ao longo do mês de fevereiro mantiveram as condições favoráveis ao desenvolvimento dos frutos do café, apesar de a frequência manter os níveis de umidade do solo elevados sobre as principais regiões cafeeiras paulistas. Os dados são do Boletim Agrometerológico Café referente ao mês de fevereiro de 2023, elaborado pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas.

 

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“Essa condição de umidade indica uma maior necessidade de atenção à realização de tratamentos fitossanitários, utilizando produtos eficazes contra doenças para prevenir perdas”, diz Angelica Prela Pantano, pesquisadora do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

 

O levantamento aponta que o mês de fevereiro ficou dentro da média de chuva esperada ou um pouco acima, podendo ser considerado dentro da normalidade, segundo os pesquisadores do IAC, Ludmila Bardin Camparotto e Gabriel Constantino Blain, que também participam do trabalho.

 

No oeste paulista, os volumes foram menores, apesar de as chuvas ocorrerem de maneira frequente.

 

“Em determinadas localidades choveu menos, enquanto no litoral norte vivenciou condição nunca antes registrada no estado, com precipitação recorde acima de 600 mm em um único dia. Essa condição trouxe muitos transtornos e perdas de vida, assim como prejuízos às áreas agrícolas na região afetada, ressalta Angélica Prela.

 

Fonte: arquivo: Café Labareda

   

De acordo com os registros, esses volumes excepcionais já foram observados quando se analisa uma série mais longa, como de 50 a 80 anos, por exemplo. No entanto, sempre ocorreram com boa distribuição ao longo do mês.

 

Em análise do mesmo período de 2022 foi observado que não houve déficit hídrico durante o final do último ano e início de 2023. Considerando o calendário agrícola do estado, as condições normais ou acima observadas nos meses de janeiro e fevereiro também foram importantes para amenizar possíveis impactos da seca agrícola.

 

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Veja como fica a tendência do clima nos próximos dias no boletim, abaixo:

 

 

 

Radar Meteorológico para áreas agrícolas

 

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Mercado de fertilizantes registra queda nos preços

O setor de fertilizantes registra queda nos preços. Segundo a Associação Nacional de Difusão de Adubos (ANDA), houve redução de 70% no valor do insumo, equalizando a demanda para este ano. A produção deve ultrapassar 46,4 milhões de toneladas, superando o recorde de 2021.

 

Os valores dos fertilizantes reduziram em média 70% para os nitrogenados e 60% fósforo e cloreto desde o pico de preços devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, onde a ureia teve aumento de 70%, MAP (45%) e potássio (53%).

 

Para Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, a produção de alimentos será beneficiada com a redução.

 

“Com a deflação observamos a retomada significante do setor e o maior beneficiado será o consumidor final com alimentos mais baratos”, afirma.

 

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Foto: Divulgação Getty Images

 

Valor da importação de fertilizante

 

Em relação a importação o valor segue um pouco abaixo do observado no mesmo período de 2022, totalizando US$1,12 bilhão, mas o ritmo de compras segue acima. Em janeiro foram importados 2,40 milhões de toneladas, aumento de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

 

“O mercado de fertilizantes no Brasil está em constante crescimento e apresenta oportunidades para o comércio exterior. O país é um grande importador desses insumos, com uma demanda crescente para atender às suas lavouras de grãos, cana-de-açúcar, café e outras culturas”, diz Fábio Pizzamiglio, especialista em comércio exterior.

 

Segundo as projeções, a demanda por fertilizantes deve crescer em 4% em 2023 em relação ao ano anterior, chegando a 44,5 milhões de toneladas.

 

“Esse aumento será impulsionado pela queda dos preços internacionais dos insumos, após a crise provocada pela guerra entre Ucrânia e Rússia em 2021”, destaca Pizzamiglio.

 

Para atender a essa demanda, o Brasil depende principalmente da importação de países como China, Marrocos, Rússia e Estados Unidos. O comércio exterior de fertilizantes é um tema estratégico para o Brasil, que busca aumentar sua produção agrícola e sua participação no mercado global de alimentos.

 

“O setor agropecuário foi responsável por quase metade das exportações brasileiras em 2021, gerando um superávit comercial expressivo”, finaliza Pizzamiglio.

 

Leia também: La Niña chega ao fim após mais de 3 anos

 

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Preços dos peixes e ovos disparam em todo o país

Durante a quaresma, período pós carnaval que antecede a Páscoa, muitos brasileiros possuem o hábito de consumir peixes, bacalhau e ovos durante o período e principalmente nos almoços da sexta-feira Santa e Páscoa. Mas os preços de pescados e ovos estão muito mais altos, período que tradicionalmente também aumenta a demanda.

 

Segundo pesquisadores do Cepea, isso se deve principalmente devido às altas nos preços dos ingredientes básicos da ração de galinhas e de peixes como o farelo de soja e o milho. De acordo com o Centro de Estudos de Economia Aplicada – Cepea/USP, as fortes altas acumuladas nas três primeiras semanas de fevereiro elevaram significativamente os preços médios mensais dos ovos, que atingiram recordes.

 

O custo de produção tem crescido bastante ao longo dos últimos anos, principalmente os custos com milho e farelo de soja que são os principais componentes da ração animal. Mas o que antes era uma alternativa, agora vai complicar ainda mais a vida dos brasileiros. É que o ovo está mais caro também.

 

Para Fábio Pizzamiglio, o cenário é uma oportunidade para o aumento das importações.

 

“Com valores mais elevados no mercado e com uma demanda aquecida, podemos apostar no aumento da importação desses produtos, algo que pode passar no período das festividades e ter sequência em todo o ano”, relata o executivo.

 

Foto: Getty Images

 

Em algumas cidades, como em Belo Horizonte (MG), os preços podem estar até 20% mais altos. No entanto, na média nacional, a alta é de 14%. A caixa do ovo branco, com trinta dúzias subiu 14% desde o começo do ano. O tipo vermelho aumentou 15,7% no mesmo período. Uma elevação recorde desde que o índice começou a ser medido, há dez anos, pelo Cepea.

 

No Nordeste, os preços dos ovos também continuam subindo, no Maranhão a cartela com 30 ovos brancos está custando na média R$ 31,90 e em Teresina no Piauí os preços variam em torno de R$ 20,90, enquanto os ovos vermelhos R$ 30,00. Para economizar no almoço de Páscoa, a educadora financeira Bruna Allemann, dá algumas dicas:

 

1 – Uma alternativa para fugir dos altos preços é recriar receitas tradicionais e substituir produtos por opções parecidas e mais baratas;

 

2- Compartilhar o cardápio com os convidados e dividir qual prato cada um irá levar;

 

3 – Fazer uma lista de compras e ir ao mercado com antecedência para evitar os preços superfaturados na véspera; 

 

Exportação do produto

 

Os dados preliminares divulgados pela secretaria de comércio exterior sinalizam que os embarques de ovos e ovoprodutos apresentaram pequena evolução em volume, enquanto a receita alcançou índice positivo extremamente elevado. O total embarcado atingiu quase 3.307 toneladas, significando incremento de 1,2% sobre o embarcado no ano passado.

 

De toda forma, o embarque diário mostrou elevação de 6,8%, significando que o volume mensal só não foi maior porque em fevereiro deste ano teve contabilizado um dia a menos.

 

Para Fábio Pizzamiglio, a exportação pode ser beneficiada pela alta do preço.

 

“Com os preços dos ovos e peixes em alta durante a Quaresma, os produtores brasileiros podem se beneficiar das exportações para diversificar seus mercados e aumentar suas receitas. Os dados preliminares divulgados pela secretaria de comércio exterior mostram que há espaço para crescimento”, orienta Pizzamiglio.

 

Leia também: La Niña chega ao fim após mais de 3 anos

 

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ABAG comemora 30 anos de dedicação ao agro brasileiro

No dia 10 de março, a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) comemora 30 anos de contribuição para o desenvolvimento sustentável do agro nacional, valorizando suas cadeias produtivas e disseminando a importância do setor para o crescimento socioeconômico do país e para a preservação do meio ambiente.

 

Para comemorar esta data, reuniu em São Paulo, autoridades e representantes da cadeia do agronegócio para uma reflexão sobre o desenvolvimento do agro nas últimas décadas e o que esperar do futuro deste importante segmento para o PIB brasileiro. 

 

Foto: Angela Ruiz 

 

Presente em todas as iniciativas e marcos históricos do agro brasileiro nestas três décadas, a ABAG trabalha em prol de temas transversais relevantes para o agronegócio, promovendo encontros nacionais e internacionais com instituições globais e agentes do mercado, realizando ações junto à academia, desenvolvendo e apoiando atividades, estabelecendo parcerias nacionais e internacionais e coordenando pesquisas com a sociedade.

 

Nesses 30 anos, seu diferencial é o de agregar todos os envolvidos na longa cadeia produtiva: desde os fornecedores de insumos, produtores rurais, processadores industriais de alimentos e fibras, traders, distribuidores e núcleos afins das áreas financeira, acadêmica e de comunicação.

 

“Para os próximos trinta anos, a ABAG continuará em sua missão de defender as demandas do agronegócio, auxiliando em seu desenvolvimento sustentável, estimulando a criação de novas tecnologias, fomentando novas parcerias, sendo o interlocutor entre os diversos stakeholders, elaborando propostas e projetos para que o agro se mantenha competitivo e sustentável”, enfatizou Luiz Carlos Côrrea, presidente da ABAG.

 

Leia também: La Niña chega ao fim após mais de 3 anos

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Milho apresenta redução de produtividade no RS

Em nova avaliação da safra, efetuada em 458 municípios gaúchos, a cultura do milho apresenta uma redução de 39,49% na produtividade inicial de 7.337 kg/ha, que foi recalculada em 4.440 kg/ha. As áreas implantadas consistiam em 831.786 hectares, mas foram reavaliadas em 810.380 hectares, ou seja, 2,57% inferior à inicial.

 

Considerando todos os fatores, a produção no Estado foi revista para 3.597.897 toneladas, representando um decréscimo de 41,05%. A redução de produtividade é decorrente, majoritariamente, da insuficiência de umidade nos solos entre dezembro e fevereiro, período que culminou, em grande parte dos plantios, a fase reprodutiva, crítica para a manutenção de potencial produtivo das lavouras. 

 

Foto: Getty Images

 

A irregularidade das chuvas provocou desigualdade em relação à perda no potencial produtivo entre as regiões do Estado. A época de plantio também interferiu no índice de perdas, como é possível observar nas lavouras semeadas no início do período recomendado, que foram as mais prejudicadas. A ocorrência de chuvas entre 02 e 04/03 beneficiou os cultivos em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos, que totalizam 26% das lavouras. No período, a colheita evoluiu para 61% da área cultivada.

 

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Março segue com chuvas acima da média, alerta o meteorologista Willians Bini. Veja a análise abaixo sobre o fim do La Niña e possível El Niño para o final do ano:

 

 

Radar Meteorológico para áreas agrícolas

 

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Análise climática para Cascavel: o que esperar para 2023?

Texto produzido por Willians Bini, meteorologista e Head de Agronegócios da Climatempo

Este artigo é o terceiro de uma série de análises climáticas para cidades agrícolas do estado do Paraná. Já falamos sobre Londrina e sobre Maringá. Agora vamos abordar aspectos climáticos, seja de chuva observada nessa última safra, até as tendências para os meses, incluindo análises dos fenômenos El Niño e La Niña.

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Foto: reprodução Getty Images

As projeções futuras estão sempre atualizadas, por isso mesmo, tendências de longo prazo podem sofrer pequenos ajustes, mas a previsão divulgada no www.agroclima.com.br há meses atrás, sobre o final do La Niña e o período de neutralidade, segue inalterada.

A boa notícia é que para o Sul do Brasil, de forma geral, é que não haverá uma quarta safra seguida de La Niña.

Climatologia e histórico de chuvas

Existem alguns aspectos extremamente importantes na análise de dados históricos. O primeiro é a comparação com a média, que em se tratando de dados meteorológicos, a comparação se dá com a chamada “climatologia” que é a média dos últimos 30 anos.

Conforme a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a climatologia é o período ideal para a estimativas das médias e deve ser sempre recalculada, já que os valores médios globais estão passando por alterações mais significativas nas últimas décadas devido às mudanças climáticas.

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O segundo ponto a se considerar, além do observado em cada mês, é como se verificou a distribuição dessa chuva. O ideal, em termos agrícolas, é que a chuva seja bem distribuída ao longo dos dias e semanas, evitando volumes grandes em poucos dias e períodos prolongados sem a ocorrência de precipitação.

O gráfico abaixo ilustra a chuva observada em Cascavel (PR) (coluna cinza) e a climatologia (rachurado em azul). Destaque para outubro, que teve chuvas bem acima da média, enquanto que novembro e dezembro ficaram abaixo. O mês de Janeiro, embora tenham sido verificado volumes que acumularam 165 milímetros, ficaram praticamente dentro da climatologia que é de 174 milímetros. E o mês de fevereiro voltou a apresentar chuvas mais volumosas.

Vale ressaltar que mesmo nos meses de novembro e dezembro, as chuvas foram bem distribuídas. O excesso hídrico de outubro contribuiu para a manutenção da umidade do solo, garantindo bons índices de balanço hídrico.

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Figura 1: Chuva observada e climatologia mensal dos últimos 5 meses para Cascavel. Fonte: Climatempo

Fim do La Niña – Projeções climáticas 2023

O Agroclima , desde o final de 2022, vem divulgando o enfraquecimento do fenômeno La Niña e o período de neutralidade climática a partir do final do primeiro semestre de 2023. As águas do Oceano Pacífico Equatorial apresentam um ligeiro aquecimento, o que reforça o final do La Niña e o início da neutralidade, conforme imagem abaixo:

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Figura 2: Anomalia de temperatura da superfície do mar entre 05/02/2023 e 04/03/2023. Fonte: https://www.esrl.noaa.gov

As últimas atualizações do modelo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Internacionais da Universidade da Columbia (IRI) e pelo Centro de Previsões e Clima da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (CPC/NOAA), reforçam a transição da La Niña para neutralidade climática ao longo primeiro semestre de 2023.

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Figura 3: Previsão probabilística de desenvolvimento de fenômenos El Niño ou La Niña ou neutralidade climática para os próximos trimestre.

Fonte: Consenso CPC/NOAA e IRI/Universidade de Colúmbia

Veja acima, que o prognóstico dos modelos indica um aquecimento das águas do Oceano Pacífico, com uma maior probabilidade de El Niño até o final do ano, com cerca de 62% de chance do fenômeno para a próxima safra 23/24.

O que esperar do clima para os próximos meses em Cascavel?

A plataforma Agroclima PRO, além de previsão para as próximas horas e próximos dias, permite visualizar e extrair a previsão 180 dias para qualquer coordenada geográfica. Abaixo os gráficos representativos da previsão de chuva e temperaturas (mínima e máxima) para o município paranaense de Maringá.

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Figura 4: Previsão diária para os próximos 180 dias de chuva e temperaturas máxima e mínima para Cascavel.

Fonte: Agroclima PRO

Tendência de chuva e temperatura para Cascavel

As chuvas devem seguir regulares até a primeira quinzena de abril. Embora haja uma redução, até forçado pela sazonalidade na região. Nota-se alguns eventos de chuvas mais intensas, associadas a ciclones extratropicais, também comuns nesse período.

O mês de Julho também apresenta boa distribuição e volumes de chuva. Com isso, observamos que o Inverno, estação climatologicamente seca, deve apresentar eventos de chuva, com poucas chances de estiagem.

Já em termos de temperatura, o modelo de previsão 180 dias indica ao menos quatro eventos de frio mais intenso, sendo que um deles poderá apresentar temperaturas próximas de zero grau. Essa situação não é anormal, porém existe há necessidade de acompanhamento e monitoramento a partir dos próximos resultados numéricos.

A Climatempo tem como objetivo acompanhar e monitorar as projeções meteorológicas e suas influências na agricultura. Ainda não podemos garantir a presença do fenômeno El Niño para a próxima safra, mas acompanhe os próximos artigos e sigam as redes sociais do @agroclima para as próximas atualizações.

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Excesso de calor e seus impactos na produção de frangos

O estresse por calor que afeta o desempenho de frangos de corte, diminui a ingestão alimentar, o ganho de peso e a imunidade das aves foi tema do estudo científico “Modelo Fuzzy de classificação da vulnerabilidade de aviários de frangos de corte ao calor”, apresentado no Prêmio José Maria Lamas da Silva, durante a Conferência FACTA WPSA-Brasil em 2021.

 

Marcos Martinez do Vale, Professor Pesquisador de Avicultura, Ambiência Animal e Zootecnia de Precisão na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos autores da pesquisa conta que, a demanda pelo estudo teve origem no projeto de financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que desenvolveu um sistema de previsão meteorológica para a mitigação de extremos climáticos com impacto na avicultura de corte.   

 

Em conjunto com um grupo de pesquisas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os pesquisadores identificaram as primeiras estimativas de perdas produtivas devido às ondas de calor na avicultura de corte.

 

“Neste período desenvolvemos as técnicas de Modelagem Fuzzy e de mineração de dados. O aprofundamento desses estudos nos levou a um cenário complexo para tomadas de decisões e possibilidades que envolvem conhecimentos econômicos, fisiológicos das aves, de nutrição animal, de engenharia de instalações e de sistemas de produção, ou seja, um universo de difícil reflexão para pessoas no campo”, destaca.

 

Foto: Getty Images

 

Previsão meteorológica para reduzir perdas produtivas por causa do calor extremo

 

Utilizando previsões meteorológicas para avaliar diferentes sistemas de climatização em galpões de frangos de corte a campo, o estudo desenvolveu estratégias para reduzir as perdas produtivas devido ao calor extremo. Dessa forma, o grupo optou pela Modelagem Fuzzy para sistemas de suporte à tomada de decisão, no qual trabalharam com a experiência de especialistas e de conhecimentos científicos vigentes para desenvolverem o modelo. 

 

O pesquisador acrescenta que, embora a percepção pareça complexa para um sistema de inteligência artificial como o proposto pelo Modelo Fuzzy, o estudo se apresenta como uma grande ferramenta para tomada de decisões dos profissionais da avicultura.  

“Ele é um mecanismo de auxílio nas tomadas de decisões em tarefas complexas, no qual a resposta do modelo visa auxiliar os técnicos de campo da avicultura. Futuramente pretendemos desenvolver aplicativos que operem com esse sistema”, comenta o professor Martinez do Vale.

 

Sequência do estudo

 

O professor pesquisador diz que, por conta das constantes temperaturas elevadas na avicultura, a temática do estudo continua em debate no Laboratório de Inovações Tecnológicas em Zootecnia (LITEZ) da UFPR. Diante disso, o pesquisador revela que o estudo acabou não projetando uma noção mais nítida dos prejuízos decorrentes das perdas produtivas devido ao excesso de calor na atividade.

 

“Esse é um tema que estamos estudando neste momento como uma forma de tornar mais claro o impacto financeiro e quais ações de mitigação poderemos promover. Dentro da nossa equipe do LITEZ estamos trabalhando com sistema de inteligência artificial e em estimativas de perdas decorrentes de extremos climáticos, além de outros projetos de automação”, reforça.

 

Leia também: La Niña chega ao fim após mais de 3 anos

 

Radar Meteorológico para áreas agrícolas

 

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Brasileiros estão consumindo mais peixes, aponta pesquisa

Os brasileiros estão consumindo mais peixes em suas refeições. Para acompanhar a alta do consumo, a produção de peixes de cultivo no país também cresce. Ela saltou de 578,8 mil toneladas em 2014 para 860,35 mil toneladas em 2022. Um acréscimo de 48% em menos de uma década. Só no ano passado o crescimento foi de 2,3% em relação ao ano anterior, conforme dados do último levantamento feito pela Associação Brasileira de Psicultura (PeixeBR).

 

Não há milagre e nem multiplicação dos peixes, de acordo com a pesquisa, o aumento na oferta se deve à maior dedicação dos produtores, muito mais empenhados no cultivo sustentável, enquanto a demanda cresce puxada pela preocupação do brasileiro com a saúde e com a aproximação das festividades onde o consumo de pescados aumenta, como a Páscoa, por exemplo. 

 

Destaque para a tilápia que continua sendo o maior destaque entre os peixes de cultivo, representando quase 64% da produção total. O aumento da produção nacional desse peixe chegou a 3% no último ano, somando 550.060 toneladas em 2022 ante as 534.005 toneladas de 2021. Peixes nativos também avançaram 1,8% nessa mesma comparação, passando de 262.370 toneladas para 267.060 toneladas. 

 

Comércio exterior

 

Esse cenário é visto também no comércio exterior. As exportações de peixes do Brasil cresceram 15% em receita em 2023, atingindo US$ 23,8 milhões. O principal produto exportado foi a tilápia, que deve alcançar 80% do mercado de peixes de cultivo no Brasil até 2030. Os principais destinos foram os Estados Unidos (64%), a Colômbia (9%) e a China (8%). 

 

Segundo Fábio Pizzamiglio, a produção do pescado tem potencial para continuar o crescimento em 2023.

 

“O mercado de peixes de cultivo no Brasil tem se mostrado bastante promissor, especialmente no que se refere à tilápia, que já representa 80% do mercado nacional. Com o aumento das exportações em 2023, a expectativa é que esse número cresça ainda mais”, comenta o executivo.

 

Foto: Getty Images

 

Paraná, maior produtor de tilápia

 

Paraná é o estado que mais produziu tilápia em 2022, com 187,8 mil toneladas, alta de 3,2%, o que coloca a região Sul na liderança do cultivo com 239,3 mil toneladas, o equivalente a 43,5% do total produzido.

 

O Sudeste ficou com 27,1% da produção, com 149,1 mil toneladas. São Paulo está em segundo lugar na produção nacional. No Nordeste, a produção de tilápia cresceu 5,2% para 100,3 mil toneladas. O Centro-Oeste foi a única região que registrou recuo de 3,2% na produção. 

 

De acordo com levantamento do Cepea, no norte do Paraná, o valor pago ao produtor pela tilápia in natura teve média de R$ 8,75/kg em janeiro deste ano, um aumento de 1,51% em relação ao do mês anterior. Na região dos Grandes Lagos (noroeste do estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do Sul), a cotação média foi de R$ 8,67/kg em janeiro, elevação de 1,52% na comparação mensal.

 

Na praça de Morada Nova de Minas (MG), o valor médio da tilápia foi de R$ 8,61/kg, avanço de 1,77% entre dezembro e janeiro. Já no Oeste do Paraná, o preço do animal ficou praticamente estável, na média de R$ 8,40/kg, leve alta de 0,1%, na mesma comparação.

 

No mercado internacional, o peixe brasileiro ainda é um mercado pequeno quando comparamos com a carne bovina. O volume exportado em 2022 foi de 2,345 milhões de toneladas, com receita de US$ 9 bilhões.

 

“Embora o mercado nacional seja um grande consumidor de peixe, as exportações têm se mantido em alta e com grande potencial de crescimento. Além dos Estados Unidos, Colômbia e China, temos explorado novos mercados, como o Oriente Médio e o Sudeste Asiático, que demonstram interesse crescente nos peixes brasileiros”, disse Fábio Pizzamiglio.

 

Com o crescimento da atividade também vem ganhando força a imagem institucional do pescado. O ano passado foi bastante atípico, com um primeiro semestre de preços baixos pagos ao produtor de tilápia. Essa condição levou a uma redução do alojamento e, por consequência, também da oferta de peixes na segunda metade de 2022.

 

A partir daí houve aumento de preços pagos ao produtor. Entre agosto e dezembro houve a maior série histórica dessa elevação, com aumentos semanais. A elevação do custo de produção impactou todas as demais cadeias de proteína de origem animal e não foi diferente com a piscicultura.

 

Leia também: La Niña chega ao fim após mais de 3 anos

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La Niña chega ao fim após mais de 3 anos

Foto: CPC (Climate Prediction Center).

 
O fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico em sua faixa equatorial, desde a América do Sul até a Oceania, chegou ao fim depois de mais de 3 anos de atuação.

 

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Anomalia da TSM entre 26/02 e 04/03/2023. Fonte: PSL/NOAA (Physical Sciences Laboratory/National Oceanic and Atmospheric Administration)

 

Neutralidade climática predomina no outono do Hemisfério Sul

 

Em nota, o Climate Prediction Center (CPC) apontou que as condições oceânicas e atmosféricas são consistentes com a condição de Neutralidade, ou seja, quando não há aquecimento e nem resfriamento anômalo na faixa equatorial do Pacífico. Durante o mês de fevereiro o fenômeno La Niña foi se desconfigurando gradualmente, e o Pacífico apresentou tendência de aquecimento em todas as regiões monitoradas.

 

Destaca-se o Niño 1+2, que é a região mais próxima do continente, com desvio de +1,1°C nas temperaturas. Na região do Niño 3.4, que fica na porção central do Pacífico equatorial, por meio da qual é feito o cálculo do índice que define qual a fase do fenômeno, o desvio na temperatura foi de -0,2°C – o limiar para La Niña é -0,5°C ou mais frio.

 

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Regiões do Niño – Fonte: NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration)

 

Probabilidade de El Niño passa dos 50% na metade do ano

 

Nesta quinta-feira (09), o International Research Institute for Climate and Society (IRI) atualizou a previsão para os próximos meses, com a probabilidade de ocorrência de La Niña, Neutralidade ou El Niño. Ao longo do outono de 2023 está mantida a maior probabilidade de permanência da fase neutra, com chance de 96% no trimestre março/abril/maio (MAM), e 83% no trimestre abril/maio/junho (AMJ).

 

Até o início do inverno as chances de neutralidade ainda são mais elevadas, porém o Pacífico equatorial já estará em aquecimento no decorrer dos meses do outono.

 

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 Previsão probabilística do El Niño-Oscilação Sul. Fonte: IRI/CPC (International Research Institute for Climate and Society/Climate Prediction Center)

 

Em junho/julho/agosto (JJA), as chances de fase neutra e El Niño são praticamente iguais, com 49% e 48% respectivamente. Os modelos de previsão de longo prazo estão consistentes na tendência de aquecimento no Pacífico equatorial no segundo semestre de 2023.

 

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Anomalias da TSM previstas para o mês de julho, segundo os modelos do NMME (North American Multi-Model Ensemble). Fonte: CPC (Climate Prediction Center).

 

Já em julho/agosto/setembro (JAS) a probabilidade de El Niño cresce para 56%, e segue aumentando até outubro/novembro/dezembro (OND), com 63% de chances de ocorrência do El Niño.

 

Se as tendências se mantiverem, o El Niño deverá se instalar efetivamente a partir do mês de julho.

 

 

Impactos do El Niño no Brasil

 

Enquanto a La Niña traz como efeito maiores variações de temperatura no Sul e Sudeste, com viés de temperaturas menores do que o normal entre a primavera e o verão, além de mexer com o regime de precipitação nos extremos norte e sul do país – mais chuva no Norte e Nordeste, e chuvas mais irregulares com volumes menores na região Sul, o El Niño influencia de forma oposta com relação às chuvas.

 

Sobre grande parte da Amazônia e norte da região Nordeste os volumes de chuva tendem a ficar menores do que o normal, agravando os períodos de estiagem e impactando nas chuvas durante a quadra chuvosa da região Nordeste. Já na região Sul os acumulados normalmente ficam mais altos especialmente durante a primavera, inclusive com alta incidência de temporais.

 

Na região Sudeste, os maiores impactos são devido à menor frequência dos corredores de umidade, responsáveis por grande parte do volume de chuvas que cai durante o verão na região, além de tender a trazer maiores períodos de pausa nas chuvas durante o período úmido no leste da região.

 

As temperaturas também se elevam sobre quase todo o país, e o El Niño traz condições para primaveras e verões mais quentes em relação à média histórica.

 

Efeitos do El Niño no Brasil (1)

Principais efeitos do El Niño no Brasil