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Clima úmido do inverno favorece o desenvolvimento de doenças foliares

Em Caxias do Sul, o período apresentou condições muito boas para a cultura da cebola, favorecendo a manutenção da sanidade, diminuindo o ataque de pragas e proporcionando o avanço do transplantio de mudas, que se encaminha para a fase final. Há presença de bicheira-da-raiz em algumas lavouras. Parte das lavouras recém-transplantadas requereu a suplementação hídrica por meio da irrigação por aspersão, face aos baixos volumes pluviométricos. As principais práticas culturais desenvolvidas, além do transplantio, foram adubação nitrogenada nas áreas com materiais mais precoces, tratamentos fitossanitários e controle químico das ervas concorrentes.

Foto: Getty Images

Em Pelotas, no período de 13 a 19/08, os cebolicultores adiantaram consideravelmente os serviços de transplante das mudas para as áreas de produção definitivas. As áreas já transplantadas estão com bom desenvolvimento, sem problemas fitossanitários. Porém, necessitam de muita atenção por parte dos produtores, pois o clima úmido do inverno favorece o desenvolvimento de doenças foliares, exigindo tratamentos preventivos nas lavouras. Em Soledade, a cultura está na fase de desenvolvimento vegetativo. Há registro de doenças folhares. No Alto da Serra do Botucaraí, o plantio está encerrado.

Tendência do Clima

Nesta terça-feira (29/08) há previsão de chuva isolada no litoral sul devido à incursão de ventos úmidos do oceano, nas demais regiões a condição será de sol entre nuvens e tempo firme. O vento começa a soprar de norte e as temperaturas começam a subir no estado, mas ainda há previsão de geada nos pontos mais altos da serra gaúcha.

Na quarta-feira (30/08), a chance de geada já diminui. Amanhecer ainda com temperaturas amenas em todas as regiões, mas tardes, um pouco mais quentes (se comparado ao início da semana). Dia de sol, pouca nebulosidade e tempo firme em todas as regiões. Pode ventar ao longo do dia no litoral gaúcho, mas sem grandes alertas.

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Maior festival de flores da América Latina começa neste fim de semana em SP

Para celebrar antecipadamente a chegada da nova estação, Primavera, a Expoflora, abre suas portas até o dia 24 de setembro, em Holambra, distante 130km aproximadamente da capital paulista. De acordo com os organizadores, a expectativa é de que a maior feira de flores e plantas ornamentais da América Latina receba cerca de 40 mil visitantes na edição de 2023.

Esse ano a Expoflora chega a sua 40ª edição, sendo realizada em Holambra (antiga colônia holandesa), que atualmente é o maior centro de cultivo e comercialização de flores e plantas do Brasil. A Expoflora é, além de vitrine para mostrar as novidades do setor, um passeio completo para todas as idades, com atrações musicais, dança, mostra de paisagismo, museu, parada das flores, lojas, gastronomia típica holandesa e muitas opções para todos os paladares. Vale o passeio!

Mercado de bilhões

De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibaflor), o mercado nacional de flores representava em 2022 R$ 11,8 bilhões. Desse total, o Estado de São Paulo respondia por R$ 4,7 bilhões, especialmente nas regiões de Holambra e Atibaia. Trata-se de um dos setores que mais empregam: são oito trabalhadores diretos por hectare e 210 mil pessoas envolvidas com o negócio de flores no país.

“A Expoflora é uma feira tradicional, que atrai turistas de todo o Brasil e que acaba movimentando o nosso setor de forma significativa, gerando renda e emprego temporário nos cerca de 14 mil estabelecimentos da RMC, para dar conta da demanda”, diz Matheus Mason, presidente da Abrasel Regional Campinas

A Expoflora vai de 25 de agosto até 24 de setembro, abrindo às sextas, sábados, domingos e feriado. Um dos momentos mais emocionantes que ocorre nesses dias, sempre às 16h30, é a chuva de pétalas.

Leia também: Escassez de geadas, durante o inverno, pode conduzir a um aumento na incidência de pragas nas lavouras

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Brasil e Angola assinaram documento de desenvolvimento agropecuário nos países

Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos sistemas agropecuários, foi firmado um memorando de entendimento em cooperação agrícola entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério da Agricultura e Florestas da República de Angola (Minagrif) nesta sexta-feira (25), em Luanda.

A cooperação envolve produção sustentável, assistência técnica e extensão rural, inocuidade dos alimentos, saúde animal, sanidade vegetal, vigilância agropecuária; insumos agrícolas, insumos pecuários, biocombustíveis, biotecnologia, melhoramento genético, processamento pré e pós-colheita, máquinas agrícolas, financiamento agrícola e seguro rural; políticas e instrumentos para a comercialização agrícola; florestas; tecnologias de produção animal e vegetal, ciência aplicada às áreas agrícola e pecuária.

Fonte: Ministério da Agricultura

No Fórum Econômico Angola-Brasil, também nesta sexta-feira (25), o Mapa participou do painel sobre Agricultura e Segurança Alimentar. O Brasil está desenvolvendo o maior programa de produção sustentável de alimentos do planeta que pode aumentar as áreas agricultáveis sem avanço do desmatamento, mantendo as áreas preservadas do território brasileiro contribuindo para a segurança alimentar e o combate às mudanças climáticas.

Leia também: Escassez de geadas, durante o inverno, pode conduzir a um aumento na incidência de pragas nas lavouras

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Agronegócio é responsável pela colocação de 28,1 milhões de brasileiros no mercado de trabalho

O agronegócio é responsável pela colocação de 28,1 milhões de brasileiros no mercado de trabalho. De acordo com o estudo “Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro”, feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a porcentagem de população ocupada (PO) corresponde a 27% do estoque de empregos do Brasil, sendo esta a maior porcentagem alcançada em um primeiro trimestre anual desde o início da pesquisa, em 2012.

O boletim, que aborda a soma dos quatros segmentos do setor (insumos, produção primária, agroindústria e agrosserviços), apontou que o crescimento da população ocupada foi de 0,9% (cerca de 237 mil pessoas) quando comparado ao primeiro trimestre de 2022.  Esse aumento se deve a conjuntura atual vivida pelo agronegócio brasileiro que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 21,6% no primeiro trimestre de 2023, a maior alta desde o quarto trimestre de 1996.

Setor do Agro atrai novas oportunidades de trabalho

Com o aumento da população ocupada, o salário médio no agronegócio também registrou um aumento de 5,9%, porcentagem pouco acima da média nacional (5,4%). Tais valores indicam nova mudança dentro mercado brasileiro, com pessoas procurando mais empregos dentro do setor. Um forte indicador dessa mudança foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelou que regiões produtoras tiveram aumento populacional maior do que a média nacional. A região Centro-Oeste é exemplo dessa ascensão ao ter, entre dezembro de 2019 e março de 2023, 6,8% de taxa de crescimento populacional quase três vezes maior do que os 2,4% da média nacional.

Expansão do processo migratório no Centro-Oeste

O fato de o Centro-Oeste possuir 16 das 20 cidades mais ricas do país estando elas divididas entre os estados de Mato Grosso (10), Mato Grosso do Sul (3) e Goiás (3) torna ainda mais compreensível a expansão do processo migratório na região. De acordo com um levantamento realizado pela LCA Consultoria, feito através dos dados disponibilizados pela Pnad, cerca de 8,4 milhões de pessoas habitavam a região no fim do primeiro trimestre de 2023. A Pnad ainda revelou que a taxa de desemprego da região Centro-Oeste foi de 7%, enquanto a média nacional de desemprego foi de 8,8% no primeiro trimestre de 2023.

Diante da expansão do agronegócio, a procura por serviços de transporte (armazenagem, comércio, financeiros, contábeis, jurídicos, de comunicação, entre outros) também cresce.

Essas mudanças podem ser vistas no perfil da mão de obra do agronegócio quando comparada com outros trimestres. Segundo o boletim “Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro”, houve um aumento de formalização no setor: a maior geração de empregos com carteiras assinadas em todos os segmentos do setor.

Nível de escolaridade aumentou no setor de agrosserviços

Na mesma análise se verifica também o aumento do nível de escolaridade da população ocupada, principalmente no setor de agrosserviços, um crescimento até então nunca alcançado. Entre os trabalhadores com ensino médio, aumento de 450 mil pessoas (4,4%); com ensino superior, 157 mil pessoas (3,9%). Por fim, a presença feminina no setor também cresceu. Entre os primeiros trimestres de 2022 e 2023, a população ocupada aumentou  1,3%, com cerca de 140 mil mulheres atuando no agronegócio. Já a população ocupada masculina aumentou 0,6%, o equivalente a 97 mil trabalhadores.

Leia também: Escassez de geadas, durante o inverno, pode conduzir a um aumento na incidência de pragas nas lavouras

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Escassez de geadas, durante o inverno, pode conduzir a um aumento na incidência de pragas nas lavouras

A semeadura do milho foi ampliada, abrangendo um maior número de regiões do Rio Grande do Sul. A operação está mais avançada no oeste do estado. A frequência das chuvas e as temperaturas mais elevadas proporcionaram estágio inicial de estabelecimento da cultura altamente adequado. No entanto, há preocupação com a presença de cigarrinha em plantas voluntárias, o que requer a devida atenção por parte dos agricultores para o monitoramento dessa praga.

Em Bagé, na Fronteira Oeste, a ocorrência de precipitações com média próxima a 20 mm promoveu reposição parcial da umidade e, por conseguinte, revitalizou o crescimento das plantas, garantindo um estande favorável nas lavouras. Em Manoel Viana e em São Borja, as condições ambientais foram propícias tanto para o processo de plantio quanto para as operações de dessecação pré plantio das lavouras a serem estabelecidas.

Foto: Francieli Estraih – Crissiumal – RS

Em Frederico Westphalen, a umidade adequada do solo e as temperaturas elevadas propiciaram o início precoce da semeadura. Cerca de 30% da área já foi plantada e as plantas apresentam fase de germinação e desenvolvimento vegetativo. Em Ijuí, a boa umidade do solo ajudou na retomada da semeadura alcançando aproximadamente 20% da área total planejada. A operação está mais avançada na Região Celeiro. Em Santa Maria, a semeadura foi intensificada e abrange maior número de municípios, antes restrita a Cachoeira do Sul.

Em Santa Rosa, o plantio foi intensificado, e 60% da área foi semeada. O clima contribui para a germinação das plantas que apresenta excelente densidade populacional. Vale destacar, que a escassez de geadas, durante o inverno, pode conduzir a um aumento na incidência de pragas nas lavouras, incluindo a cigarrinha do milho. Por isso, os produtores devem estar atentos, a implementação de medidas de controle que, por sua vez, pode influenciar no incremento dos custos de produção.

No Baixo Vale do Rio Pardo, as lavouras estão emergindo, beneficiando-se das altas temperaturas recentes e da adequada umidade do solo. Conforme o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), o período de semeadura inicia em início de agosto em altitudes mais baixas e no dia 11/08 em altitudes mais elevadas, estendendo-se até 20 de janeiro para a maioria dos municípios.

Tendência do Clima

Nesta sexta-feira (25/08), o tempo voltará a se firmar em todo o estado. Vale ressaltar o avanço da massa de ar polar sobre a região, o que favorecerá a queda das temperaturas. Na região Centro-Norte do Rio Grande do Sul, a condição será de sol e algumas nuvens, sem chuva ao longo de todo o dia. Para região da Serra, entre a madrugada/manhã há possibilidade de chuviscos/garoa, entretanto a tarde/noite o tempo volta ficar firme. Na região Centro-Sul, o dia será caracterizado pelo predomínio de sol durante todo o dia. É importante estar atento, pois há previsão de geada no sudoeste do estado e de nevoeiro na faixa oeste.

No sábado (26/08),o tempo permanece firme, mas a massa de ar polar predomina sobre todo o estado. A condição será de sol entre algumas nuvens. Destaque para a previsão de geada na faixa sudoeste/sul e serra do Rio Grande do Sul.

No domingo (27/08), o tempo permanece firme, a condição será de sol entre algumas nuvens em todo estado. Destaque para atuação da massa de polar, e para previsão de geada em toda faixa central, norte e sul do Rio Grande do Sul.

Na segunda-feira (28/08) o tempo permanece firme, não há previsão de chuva. A condição é de sol entre nuvens ao longo do dia. Atenção, para previsão de geada em boa parte do estado, só não há previsão de geada na faixa litoral do estado.

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Estudo identifica 27 práticas agrícolas dos cotonicultores que contribuem para adaptação e mitigação das mudanças climáticas

Estudo inédito realizado no Brasil identificou 27 práticas agrícolas inteligentes implementadas por produtores certificados pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e licenciados pela Better Cotton (BCI) no país, que contribuem para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, além de favorecerem a produção da cultura do algodão, contribuindo para a sustentabilidade do agronegócio.

Entre as principais práticas climáticas implementadas e documentadas pelos produtores licenciados ABR-Better Cotton estão o plantio direto, a rotação de cultura, culturas de cobertura, controle biológico e microbiológico, gerenciamento de subprodutos e resíduos. “Temos uma indústria a céu aberto e precisamos nos preocupar em ser afetados por eventos climáticos extremos promovidos por mudanças climáticas. O setor pode também contribuir na mitigação de emissões de gases de efeito estufa ao atrelar produção e preservação”, diz Fábio Carneiro, gestor de Sustentabilidade da Abrapa.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores fizeram revisão bibliográfica, enviaram questionários para as fazendas certificadas ABR e licenciadas pela Better Cotton, fizeram entrevistas, viagens a campo, além de contar com o recebimento de 36 respostas de um questionário com dois conjuntos (produtores e stakeholders). O objetivo da pesquisa de campo foi identificar a percepção dos cotonicultores sobre as práticas agrícolas inteligentes para o clima na mitigação das mudanças climáticas.

Foto: arquivo istock

Resultados do estudo

De acordo com o gestor da Abrapa, o resultado demonstrou que o agricultor brasileiro é capaz de produzir mais, com mais qualidade e competitividade, utilizando tecnologias disponíveis no mercado com menor custo e impacto ambiental. “73% dos entrevistados afirmaram que estão preocupados ou muito preocupados com os riscos relacionados ao clima e o impacto futuro que podem ter em suas operações agrícolas”, afirma.

Os cotonicultores contam com um programa de sustentabilidade nacional robusto, chamado ABR, que atrela a relações trabalhistas justas, responsabilidade ambiental e boas práticas agrícolas, atuando em parceria com a Better Cotton (BCI), desde 2013.

A pesquisa indicou ainda que Abrapa e associadas regionais demonstram grande preocupação com a preservação e manutenção da qualidade da água de nascente e corpos d’água, fazendo grandes investimentos em pesquisas e implementação de ações práticas junto à comunidade; além de realizarem estudos em conjunto com a Embrapa sobre o sequestro de carbono em ambiente tropical e a metodologia de cálculo do balanço de carbono, que orientará ações mais precisas sobre o tema para a cadeia do algodão. A qualificação do plantio direto foi identificada como um tema que pode ainda ser trabalhado como melhoria, para reduzir compactação, mitigar emissão e contribuir para a produtividade das lavouras.

Efeitos imediatos

De acordo com a pesquisa, a rastreabilidade de produtos, auditorias de certificação e monitoramento, práticas de orientação para o uso eficiente de fertilizantes e produtos fitossanitários; práticas de conservação do solo, da água, matas nativas, boas práticas de cultivo, plantio, colheita e beneficiamento; as coberturas do solo, a produção com mais qualidade e menos uso de combustível, uso eficiente de fertilizantes químicos e defensivos são práticas implementadas pelos produtores certificados ABR e licenciados pela Better Cotton que estão contribuindo para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

Veja também: Rally Agroclima Cooperativas acontece na próxima sexta-feira

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Brasil é o maior fornecedor mundial de farelo de soja

O Brasil deverá manter elevadas as exportações de farelo de soja nesta temporada, tornando-se o maior fornecedor mundial desse subproduto com o escoamento de 21,82 milhões de toneladas. De acordo com a análise do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as recentes alterações foram motivadas pela redução do processamento de soja na Argentina – principal fornecedor mundial – em decorrência da queda na produção da oleaginosa naquele país, com previsão de ser 50% inferior à do ano passado, o pior resultado argentino desde o ciclo 1999/00.

De forma indireta, outro fator importante no acréscimo da oferta do farelo de soja nacional está relacionado à forte demanda por parte das indústrias brasileiras de biodiesel, que impulsionaram os preços do óleo de soja no mercado brasileiro. Esse cenário foi acirrado pela disputa externa, uma vez que a procura global pelo óleo de soja do Brasil também está aquecida, apresentando, de acordo com o Comex Stat, recorde de exportação do subproduto no período. As exportações brasileiras do farelo de soja no acumulado até julho/23 atingiram 12,9 milhões de toneladas contra 12,2 milhões ocorridas no mesmo período do exercício passado. Destaca-se ainda o escoamento pelo porto de Santos (40,6%), Paranaguá (29%), Rio Grande (15,5%) e Salvador (5,7%).

O Boletim informa ainda que, no mês de julho, 36,1% das exportações brasileiras de soja ocorreram pelo porto de Santos, 37,3% foram escoadas pelo porto do Arco Norte, e 11,7% pelo porto de Paranaguá. Já com relação ao milho, os portos do Arco Norte continuam apresentando incrementos na participação das vendas externas em relação aos demais portos do país, atingindo, em jul/23, 39,8% da movimentação nacional contra 36% no mesmo período do ano anterior. Na sequência, o porto de Santos, com 27,2% da movimentação total, o porto de Paranaguá com 16,9%, e o porto de São Francisco do Sul, que registrou 7,7% dos volumes embarcados contra 2,6% em igual período do exercício anterior. Tanto para o milho quanto para a soja, a origem das cargas para exportação ocorreu, prioritariamente, dos estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, e Mato Grosso do Sul.

Veja: Rally Agroclima Cooperativas acontece na próxima sexta-feira

Leia também: Produtividade da cana no centro-sul cresce 24,1% em julho, mas qualidade da matéria-prima é inferior, aponta CTC

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A Reforma Tributária e o Pacto Global pelo Clima: uma discussão ainda incipiente e que precisa avançar

Artigo: André Ricardo Passos de Souza, Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e sócio-fundador do Passos e Sticca Advogados Associados (PSAA)

Um dos debates mais acalorados no momento, a discussão em torno da chamada “Reforma Tributária”, veiculada pela Proposta de Emenda Constitucional n. 45/23 – PEC n. 45, que já fora aprovada na Câmara dos Deputados, mas ainda tramita no Senado Federal, precisa avançar de modo que a tal reforma se preste ao fim que objetiva, ou seja, funcionar como mais um “marco legal” para o avanço da sociedade brasileira.

Dentre as inúmeras controvérsias geradas em torno da sua plausibilidade, aplicabilidade e até da oportunidade, muito por conta da difícil materialização das propostas lá contidas, ainda muito “programáticas” e pouco “práticas” do texto aprovado pela Câmara dos Deputados que prevê muitas das suas alterações apenas para o futuro (a partir de 2024), e mediante uma segunda leva de leis que deverá novamente ser discutida, votada e aprovada, podemos destacar as seguintes:

  • (i) a controversa proposta de unificação dos tributos sobre consumo (circulação de mercadorias e serviços) em 02 (dois) tributos apenas, o IBS – Imposto sobre Bens e Serviços e a CBS – Contribuição Social sobre Bens e Serviços, que teriam o condão de substituir a “sopa de letrinhas” do PIS/COFINS, ICMS, IPI e ISSQN e cuja cobrança teria de ser gerida e discutida a partir da criação de um Conselho Federativo a ser composto por representantes de mais de 5.000 (cinco mil) municípios, 27 estados e União Federal, no mínimo, uma temeridade a julgar pela governança a ser estabelecida;
  • (ii) o potencial aumento na cobrança de ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação nas transmissões de patrimônio por doação ou herança – inclusive do exterior – que tem gerado muitas dúvidas quanto à própria viabilidade do quanto tratado na PEC n. 45;
  • (iii) as alterações no Imposto de Renda – IR que sequer foram tratadas diretamente na PEC – n. 45 que se limitou a “empurrar” para o futuro – mais especificamente para 180 (cento e oitenta) dias após a promulgação da PEC n. 45 pelo Congresso Nacional – eventuais discussões em torno do tema, sem especificar em que bases seriam tratadas, apenas apontando que ela deveria considerar uma redução subsequente dos novos tributos sobre circulação de bens e serviços (o IBS e a CBS);
  • (iv) Por fim, a questão do chamado “Imposto Seletivo” que aparece no texto da reforma como a exercer uma função extrafiscal – que já temos hoje, diga-se, por exemplo, com o IPI e ICMS, – com o intuito da “criação” de uma tributação adicional incidente sobre a circulação de bens e serviços que supostamente sejam prejudiciais à saúde ou ao meio-ambiente, porém sem especificar do que se trata a “nocividade” e nem tampouco listar que tipos de produtos estariam submetidos a tal tributação.

Assim, muito se falou nesses últimos meses sobre vários dos aspectos acima listados, porém gostaríamos de chamar a atenção nesse texto para o item (iv) acima, na medida em que muito pouco se tratou sobre como a questão do “Imposto Seletivo” poderia ou não se adequar às discussões, protocolos e tratados internacionais que visam a governança do clima e consectários pós COP-27 e demais tratados e arranjos internacionais.

Com efeito, entendemos que a discussão em torno da reforma é uma oportunidade única para que a sociedade brasileira busque um modelo fiscal mais equânime, desburocratizado, equilibrado do ponto de vista do orçamento público e menos oneroso em relação à sociedade como um todo e, especialmente, para quem produz e trabalha, além de harmonizado às diretrizes, normas e padrões internacionais de tributação da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico -, organização na qual o Brasil almeja integrar-se em breve[1] e cuja integração teria por finalidade e meta principal: acelerar a integração, as empresas e negócios brasileiros às cadeias globais de produção e consumo, redundando numa maior circulação de bens, produtos, pessoas e capitais de e para o exterior, contribuindo assim, decisivamente para a aceleração do crescimento econômico e indicadores sociais brasileiros.

Claro que, nos dias de hoje, tratar de integração econômica é tratar também de uma economia mais verde com a diminuição do impacto dos GEEs – Gases do Efeito Estufa, e da modernização/ harmonização dos parâmetros de sustentabilidade nos negócios internacionais.

Desta forma, discutir o pretenso “Imposto Seletivo” tratado na PEC n.45 sem situá-lo dentro do contexto da necessária redução das “pegadas de carbono” dos negócios no Brasil, nem tampouco trabalhar a normativa dentro de uma lógica que observe os conceitos e parâmetros da governança global do clima já consagrados nos tratados internacionais que formam o chamado “Pacto Global pelo Clima”, é também perder a oportunidade de que a reforma tributária, já em seu “berçário”, possa, além de induzir políticas públicas de equilíbrio orçamentário e inserção do país nas cadeias globais, infirmar a vocação nacional de fomento de negócios, atuando, aí sim, na extra fiscalidade propalada no texto da EC n. 45 dentro de padrões internacionais de governança do clima que possam funcionar como verdadeiros indutores de uma economia cada vez mais verde e com cada vez mais oportunidades para negócios, empresas, empresários, além de empregos verdes que aportem vantagens competitivas e significativas para a sustentação das gerações futuras no país.

Será que vamos perder mais essa oportunidade de ir a fundo nesses temas ou vamos aproveitar o ensejo para discutir amplamente com a sociedade como um todo demais instituições da República, de forma adequada, séria e responsável todos os aspectos que merecem atenção para que tenhamos verdadeiramente uma Reforma Tributária que a sociedade brasileira precisa e almeja há tempos? Torçamos.

[1] O Governo Brasileiro recebeu formalmente a carta-convite da OCDE para iniciar o processo de integração à organização em 25/01/2.022.

Foto: Getty Images

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Clima, variação de preço na bolsa e outros fatores interferem no valor bruto da produção total de Cafés do Brasil

O faturamento bruto total dos Cafés do Brasil previsto para o ano-cafeeiro 2023 foi estimado em um valor equivalente a R$ 48,79 bilhões, montante que reflete um decréscimo de aproximadamente 9,22%, na comparação com o valor apurado no ano-cafeeiro anterior, o qual atingiu a cifra de R$ 52,90 bilhões.

Foto: arquivo istock

Com relação ao café da espécie Coffea arabica (café arábica), tal faturamento previsto para 2023 foi calculado em R$ 37,92 bilhões, cifra que representa 77,72% do faturamento total. E, adicionalmente, para o café da espécie Coffea canephora (café robusta+conilon) essa estimativa alcançou o valor de R$ 10,87 bilhões 22,28%.

É interessante destacar que neste contexto o café da espécie C. arabica, na comparação com o faturamento bruto do ano-cafeeiro 2023 com o de 2022, teve uma redução na sua respectiva receita estimada de 9,42%. E, ainda, que o café da espécie C. canephora também teve uma redução calculada em torno de 8,59%, na mesma base comparativa.

Motivo das reduções

Tais reduções, em termos gerais, podem ser explicadas por que a produção dos Cafés do Brasil está sujeita a diversos fatores e variações anuais, como é o caso, por exemplo, do efeito da bienalidade, principalmente no café da espécie C. arábica, o qual alterna produção maior com produção menor, em anos sucessivos. Além disso, fatores climáticos e, obviamente, variações das cotações do produto em bolsas como decorrência do volume das safras nos mercados internos e externos que afetam diretamente para mais ou para menos os cálculos do Valor Bruto da Produção – VBP, como é o caso presente.

Estas análises da performance do Valor Bruto da Produção – VBP dos Cafés do Brasil, do ano-cafeeiro 2023, que ora estão sendo objeto de divulgação pelo Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, tem como base os dados e números constantes do VBP Julho/2023, documento que é elaborado mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa.

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Produtores sinalizam substituir milho por algodão em MT

O maior gasto de uma lavoura de algodão é com produtos fitossanitários e, desde o ano passado até o presente momento, os custos com fungicidas, inseticidas e herbicidas diminuíram em cerca de 35% em Mato Grosso, maior produtor nacional da pluma. Com isso, o custo operacional total favoreceu os cotonicultores, e foi acompanhado de certa estabilidade nos preços de vendas da commodity nos últimos seis meses. Combinados, os dois fatores levam a uma rentabilidade melhor com a cultura.

Foto: Getty Images

Milho

Já o milho amarga forte queda em suas cotações, com preços despencando nos últimos meses em mais de 39%. Além disso, a margem líquida da safra 2023/24 para o cereal no Estado também reduziu, tornando-se pouco atrativa. Mesmo com os custos menores com fertilizantes, a rentabilidade do produtor de milho foi sendo comprimida. Os dados são da Agrinvest Commodities, que acompanha o cenário com projeções atualizadas semanalmente.

Em razão deste quadro, alguns produtores têm avaliado substituir o milho pelo algodão na segunda safra ou optar pela redução de tecnologias para aliviar os custos. Em Mato Grosso, é bastante esperado que grandes grupos produtores façam a substituição de uma cultura pela outra, no entanto, os especialistas sugerem ponderação de alguns aspectos antes da tomada de decisão.

Encontro Técnico Algodão/Milho

No próximo dia 28 de Agosto, especialistas estarão reunidos no XV Encontro Técnico Algodão, da Fundação MT, que será realizado em Cuiabá, para debater o assunto. Durante o evento, haverá um painel que irá abordar projeções para a cultura em Mato Grosso e como o Brasil está se desenvolvendo em outros mercados quando o assunto é o algodão.

Para o analista Jeferson Souza, da Agrinvest, são vários os fatores que precisam ser ponderados na decisão de substituir o milho segunda safra. “Os custos do algodão são praticamente três vezes maiores do que os custos operacionais do milho. Além do maquinário ser muito mais caro, é preciso analisar a capacidade das algodoeiras e a logística, pois tudo isso impacta diretamente na rentabilidade. Então, o risco e retorno do algodão é muito maior porque o investimento também é maior”, pontua o analista.

Lei da oferta e demanda

A demanda global da pluma e o quanto isso pode impactar na relação de troca do cotonicultor e vendas da safra futura é outro aspecto importante que será levado ao debate. “Olhando para a rentabilidade, hoje o algodão tem uma performance melhor que o milho safrinha, porém, os custos ainda são elevados e ainda é um mercado que está sob tensão. Com a previsão de aumento da produção no Brasil, é fundamental analisar o mercado consumidor. Se não houver uma resposta do lado do comprador para absorver essa maior oferta, existe a chance de queda nas cotações do algodão no ano que vem”, ressalta Souza.  

A preocupação é validada pelo International Cotton Advisory Committee (ICAC), descrita no último Relatório de Safra da Abrapa, no início de agosto. O órgão projeta aumento de 530 mil toneladas na demanda global, estimada em 24,41 milhões de toneladas, alta de 2,2% em relação à safra vigente. Mas, apesar de positiva, a projeção demonstra enfraquecimento devido à inflação nos países desenvolvidos e ao baixo apetite de compras de seus consumidores.

Ainda conforme o relatório, em pesquisas de confiança do consumidor, as pessoas relatam que se sentem desconfortáveis com o futuro das economias e ainda percebem a pressão dos preços mais altos. Apesar da inflação ter diminuído significativamente, a população não tem constatado esse fato no dia a dia. A impressão, para elas, é de que os preços parecem ainda estar superando os salários, também, em países mais ricos.

“Então esse é o grande risco que nós temos, que será uma das discussões que teremos no encontro técnico. O aumento de área significa mais oferta no mercado, vamos ter que entender como o comprador vai se comportar, olhando exportação, demanda interna, todos esses movimentos. Se o produtor não fizer as fixações direito, antecipadas, gestão de risco boa, significa que ele pode ter um problema mais para a frente”, ressalta o analista.

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