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Do pó a chuva: produtores aguardam bons volumes de precipitação para avançar com a semeadura da nova safra

Em Mato Grosso, o percentual de implantação da soja está inferior se comparado ao mesmo período do ano passado. Um dos motivos pode estar associado ao déficit hídrico no solo, potencializado pelas altas temperaturas que inviabilizaram o maior avanço de áreas semeadas. De uma forma geral, os talhões recém semeados apresentam bom desenvolvimento inicial.

Em Goiás, os produtores aguardam precipitações mais significativas para iniciarem o plantio. Em Mato Grosso do Sul, a redução das temperaturas incentivaram os produtores a retomar a semeadura, porém com cautela, pois o plantio está sendo realizado em solo seco. As lavouras que germinaram enfrentam estresse hídrico, no entanto estão suportando a condição climática adversa.

No Paraná, o plantio da soja está evoluindo, principalmente no oeste e sudoeste, e alcançou 16% da área estimada. As lavouras estão em fase de emergência e desenvolvimento vegetativo. Em Itambé, no norte do estado, os produtores iniciaram a semeadura no pó e aguardam pelas chuvas ao longo desta semana.

Ao todo, 4,1% da soja no país foi semeado, segundo levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento.

Tendência do Clima

A partir desta quarta-feira (04/10) as chuvas ganham força sobre o Sul do Brasil e deve se espalhar sobre a faixa leste do Sudeste. As chuvas mais intensas devem se concentrar entre o norte gaúcho, interior catarinense e leste do Paraná, onde pode chover mais de 50mm neste evento.

Na quinta-feira (05/10) a frente fria, associada ao sistema, deve avançar em direção a costa do Sudeste e as instabilidades diminuem sobre o Sul. A trégua da chuva será curta e a partir da sexta-feira (06/10), um novo sistema deve se formar e vai voltar a provocar chuvas fortes.

No final de semana (07 e 08/10), as chuvas tendem a se espalhar entre o Sudeste e o Centro-Oeste, com volumes moderados de precipitação entre São Paulo e sul de Minas Gerais, enquanto no Centro-Oeste, a chuva se espalha sobre a maior parte da Região de forma isolada. No interior do Matopiba, o tempo seco predomina na maior parte da primeira quinzena de outubro. Na Região Norte, as chuvas ganham força e chove com moderada intensidade sobre o meio oeste da Região, atingindo inclusive Rondônia a partir do final de semana.

Entre os dias 12 e 16/10, a tendência é que a chuva se espalhe mais e atinge o meio oeste e o sul do Pará.

Temperatura

Na região central do Brasil, as temperaturas estão bastante elevadas. Porém, a tendência indica que nos dias 07 e 08 de Outubro, com o aumento das chuvas, o calor diminui um pouco.

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Produtores paranaenses de Itambé estão plantando no pó

Os produtores de Itambé (PR), estão no campo plantando no pó, mas aguardam ansiosamente pelas chuvas previstas a partir desta terça feira (03/10) na região associada à baixa pressão sobre o Paraguai que favorece a formação de pancadas de chuva.

” Aqui em Itambé, decidimos iniciar o plantio no pó, porque estamos um pouco atrasados na janela, mas estamos confiantes nesta chuva prevista nestes primeiros dias de Outubro que vão favorecer os trabalhos”, explica o produtor Nivaldo Forastieri.

Foto: Nivaldo Forastieri – início do plantio em Itambé -PR

De acordo com os meteorologistas da Climatempo, na quarta-feira (04/10), o tempo segue instável devido à passagem de uma frente fria associada ao ciclone extratropical sobre o mar. Isso deixa o tempo carregado ao longo do dia, com previsão de chuva de moderada a forte intensidade em todo o estado do Paraná. Destaque para as rajadas de vento que soprarão com intensidade.

Astorga também espera à chuva

Pelo município de Astorga, na região de Maringá, a família De Marchi está pronta para iniciar uma nova safra em uma área de 82 alqueires (198,4 hectares) entre terras próprias e arrendadas. No final do mês de Agosto, realizaram a dessecação como parte dos preparativos para a semeadura da soja, tomando o cuidado de evitar as horas mais quentes do dia, quando as temperaturas beiravam os 40 graus.

“O produtor vem se adaptando de acordo com a possibilidade”, explica o agrônomo Ricardo, que presta assistência técnica à família. Segundo ele, a orientação é evitar as temperaturas elevadas para fazer as pulverizações contra as plantas invasoras. Começam desde já, também, os cuidados para evitar a incidência de grãos contaminantes na colheita.

“De qualquer forma, eles estão ansiosos para iniciar uma nova safra, mas só vão semear mesmo quando vier uma boa chuva”, aponta o agrônomo.

Tradicionalmente, a operação de semeadura se dá a partir de 10 de outubro, mas alguns se antecipam, caso o tempo seja favorável.  

Os De Marchi são considerados uma referência na região de Astorga pelos cuidados com o solo, o nível tecnológico empregado e os resultados que conseguem. Na última safra de soja (ciclo 2022/23), eles alcançaram o seu recorde de produtividade, média de 163 sacas por alqueire (67,3 na medida por hectare). No milho, foram 256 sacas por alqueire (105,7/hectare), acima da média regional de 180. 

Tendência do Clima para os próximos dias

Quinta-feira, 05 de outubro: o tempo continua instável no Paraná. Para a faixa oeste, o sol aparece, mas há previsão de pancadas de chuva que virão acompanhadas por raios entre a tarde e à noite. Para a faixa central e leste, incluindo a capital Curitiba, a condição será de muita nebulosidade, com previsão de chuva de fraca a moderada intensidade ao longo do dia. Essa chuva estará associada à circulação do mar para o continente, impulsionada pela atuação da alta pressão sobre o Atlântico.

Sexta-feira, 06 de outubro: a condição não muda no Paraná. O fluxo intensificado de ar úmido da parte norte do país, associado ao aquecimento diurno, favorece a formação de pancadas de chuva no oeste/nordeste e norte do Paraná. Para a faixa sul e leste, a condição será de muita nebulosidade, com previsão de chuva fraca a moderada intensidade ao longo do dia, associada principalmente à circulação do mar para o continente.

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Regulamentação da União Europeia pode dificultar exportação de café

O Regulamento 1.115/23 do Parlamento Europeu veta a importação de diversos produtos provenientes de áreas de desmatamento.  Aprovada em abril deste ano, e em vigor desde junho, as exportações brasileiras devem obedecer às novas normas, que prevê que importação de itens como couro, soja, carne bovina, cacau, madeira, borracha e café serão proibidos se vierem de terras desmatadas após dezembro de 2020.

Em relação ao café, principal produto agrícola de Minas Gerais, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, disse que essa lei é inadequada em relação ao café brasileiro, já que o Brasil se destaca, entre os produtores do grão, nas questões sociais e ambientais.

“O Brasil possui uma legislação social muito importante, o único país produtor de café que gera pesquisa, ciência e conhecimentos para aumentar a produção dentro da mesma área. Portanto, em relação a outros países, o Brasil já está em uma situação mais privilegiada”, diz Silas.

O advogado Vinicius Souza Barquette, especialista em agronegócio café, concorda com o presidente do CNC, mas também faz um alerta para a importância de se levar a sério a nova lei.

“ O Brasil tem certa facilidade de se enquadrar às exigências dessa regulamentação europeia. Mas são determinações impositivas e, por isso, produtores, cooperativas, trades e outros players do mercado precisam repensar suas dinâmicas a fim de adequarem a comercialização futura do café”, comenta Barquette.  

Fiscalização e Due Diligence

O especialista também chama a atenção para dois pontos importantes da regulamentação: a fiscalização e o Due Diligence. Barquette explica que a fiscalização em si ainda está sendo formatada, mas o Regulamento já aponta como essa fiscalização irá ser realizada por meio da declaração Due Diligence.

“Quando o café sair do Brasil e se destinar à União Europeia, o produto terá que apresentar três pontos essenciais: primeiro, não pode ser produzido em áreas de desflorestamento; segundo, deve estar acompanhado de uma declaração de que aquele produto não tem nenhuma desobediência em relação à legislação brasileira; e o terceiro, deve estar acompanhado de Declaração Due Diligence, que é o cerne dessa discussão”, acrescenta.

A Due Diligence deve abranger uma análise quanto à legislação do país produtor, incluindo os direitos de uso da terra, proteção ambiental, regulação florestal, direitos trabalhistas, direitos humanos protegidos pelo direito internacional, Consulta Prévia, Livre e Informada de povos indígenas, tributação, anticorrupção e outros.

Para Barquette, uma preocupação está no artigo 9 da Regulamentação, que trata sobre o descumprimento à legislação nacional. 

“Na verdade, ainda há várias questões que ainda estão em aberto e que precisam ter o máximo de atenção por parte dos produtores e exportadores de café. Portanto, é preciso que o compliance seja levado muito a sério por todos os atores. Temos que lembrar que, no momento, é a União Europeia que apresenta várias exigências, mas outros países importadores também podem vir a seguir essa regulamentação europeia”, finaliza.  

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Semeadura do milho atinge 55% da área projetada no Rio Grande do Sul

A área semeada com milho no Rio Grande do Sul avança e já alcançou 55% da projeção de cultivo, segundo levantamento semanal da Emater/Ascar-RS.

As lavouras estão na fase de germinação e de desenvolvimento vegetativo. A semeadura nas áreas produtoras localizadas no oeste, noroeste e norte do estado estão sendo finalizadas. Já nas áreas mais ao sul, nordeste gaúcho e na região central, o plantio foi prejudicado devido às chuvas, que ocasionaram o encharcamento e excesso de umidade no solo. Essas condições inviabilizaram o trânsito de maquinário agrícola e, em alguns casos, afetaram negativamente a germinação das sementes.

Na Fronteira Oeste, em alguns municípios onde as chuvas foram menos volumosas, foi possível realizar tratos culturais importantes, como aplicações de fertilizantes nitrogenados e a pulverizações para controle de plantas daninhas e de cigarrinha.

Em Alegrete, o plantio foi concluído, mas o produtor está de olho no clima e no processo de germinação e estabelecimento das lavouras. Em Manoel Viana, os produtores estão utilizando aviação agrícola para a aplicação de fertilizantes em cobertura e para as dessecações nas áreas onde não é possível o trânsito de máquinas em razão da alta umidade do solo. Já se observa boa reação no desenvolvimento das plantas, apesar do estresse causado pela umidade excessiva, falta de radiação solar e incidência de ventos fortes.

Em São Borja, nas áreas onde o acumulado de chuva foi bastante elevado e houve falta de luminosidade é possível observar o enfraquecimento da estrutura de brotos, ramos e plantas com coloração amarela e branca.

Em Caxias do Sul, as lavouras apresentam boa germinação, porém o desenvolvimento inicial está muito lento em função da baixa luminosidade, ocasionada por dias nublados e chuvosos. Em Frederico Westphalen, o milho apresenta um desempenho inicial adequado. As lavouras já estabelecidas estão submetidas à grande pressão de cigarrinha e, em muitos casos, de lagarta. Em Ijuí, foram observados alguns dias quentes que colaborou para o desenvolvimento das plantas e a umidade de solo adequada permitiu a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura. A maioria dos produtores opta pelo parcelamento, em duas vezes, da dose recomendada em cobertura: a primeira quando o milho está no estádio V3, e a segunda em V6.

Em Santa Maria, por causa dos altos volumes de chuva algumas lavouras semeadas não uniformizaram a germinação, o que provocou o apodrecimento das sementes. Essa situação tem ocorrido em muitos municípios, como em São Vicente do Sul.

Em Santa Rosa, ocorre a aplicação de adubação e a reaplicação de nitrogênio. Os grandes volumes de chuvas e as diversas aplicações de inseticidas contribuíram para a redução do ataque de cigarrinha, mas ainda há preocupação com a doença do enfezamento, disseminada pelo inseto.

Em Soledade, algumas áreas recém-semeadas apresentaram problemas de emergência devido à formação de crostas de solo na linha de semeadura, causada pelas fortes chuvas. De maneira geral, as lavouras estão bem estabelecidas.

Para a Safra de milho 2023/2024, projeta-se cultivo de 817.521 hectares com o cereal. A produtividade prevista é de 7.414 kg/ha.

Clima para os próximos dias no Rio Grande do Sul

Neste sábado (30/09), o tempo volta a ficar instável em boa parte do Rio Grande do Sul. A atuação de uma área de alta pressão sobre o mar traz muita nebulosidade para a faixa centro-leste de todo o estado. A previsão será de chuva de fraca a moderada intensidade em toda a região. No noroeste do estado, onde o sol aparece ao longo do dia, mas há previsão de pancadas isoladas. No oeste gaúcho, o sol aparece ao longo do dia e não chove.

No domingo (01/10), o tempo volta a ficar firme em boa parte do Rio Grande do Sul. A condição será de sol entre algumas nuvens e sem chuva. No extremo nordeste do estado, o sol aparece e há previsão de pancadas isoladas. Atenção para a previsão de geada na faixa sudoeste do estado.

Na segunda (02/10), o tempo fica firme em todo o estado. A condição será de sol entre algumas nuvens sem chuva. Atenção para a previsão de geada no sudoeste e na serra gaúcha.

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Projeções indicam que manga, uva, melão e maça terão aumento de produção nos próximos anos

As frutas brasileiras têm apresentado importância crescente, tanto no mercado interno como no exterior. A União Europeia é o principal destino das exportações nacionais. Neste ano, de janeiro a junho, limões e limas, melões e mangas são as frutas que apresentaram os melhores resultados em valor de receita nas exportações. Veja:

Limões e limas US$ 84,6 milhões;

Melões US$ 69 milhões;

Mangas US$ 68,4 milhões;

Uva, US$ 36,4 milhões;

Abacate US$ 30,1 milhões;

Maçã US$ 29,5 milhões;

Projeções para os próximos 10 anos

As projeções até 2032/2033 mostram que os maiores aumentos de produção devem ocorrer em melão (28,7%), manga (22,9%), maçã (21,3%) e uva (16,3%). Os números fazem parte do estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2022/23 a 2032/33, feito pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Melão 

O crescimento da produção e da área de melão fará sentido se o Brasil conseguir abrir novos destinos de exportação. O mercado europeu está bem consolidado e o mercado chinês ainda está em negociação. A produção faz uso de tecnologia, sobretudo, no Rio Grande do Norte e no Ceará.

Manga 

Os aumentos recentes de área podem permitir crescimento da produção, porém espera-se uma interrupção na expansão. Na pauta da exportação, o sinal é de continuidade do crescimento, mas em ritmo menos intenso que o projetado no modelo.

Uva

Os aumentos de área no Vale do São Francisco e também a disponibilidade de variedades produtivas podem aumentar a produção nos próximos 10 anos. Foi observado aumentos significativos em áreas nas regiões de uva de mesa no Sul e no Sudeste do país.

Maçã 

A estimativa é de que a área de plantio da maçã seja praticamente estável nos próximos dez anos, mas com ganhos de produtividade decorrente dos constantes investimentos tecnológicos do setor. Há interesse em novas variedades, mais adaptadas e que possam ser mais adensadas. 

A exportação de maçã depende muito da oferta nacional, dos concorrentes e da demanda dos principais destinos. A tendência é de que cresçam os embarques do produto.

Laranja e suco de laranja 

A produção de laranja deverá passar de 16,9 milhões de toneladas na safra 2023 para 17,7 milhões de toneladas em 2032/33. O crescimento anual deve ser por volta de 0,5% no próximo decênio. A área plantada deve sofrer uma redução nos próximos anos, com recuo dos atuais 656 mil hectares para 572 mil hectares. O estado de São Paulo, principal produtor do país, vem reduzindo a área de colheita da laranja. 

Já as exportações de suco de laranja devem passar de 2,5 milhões de toneladas, em 2022/23, para 3 milhões de toneladas ao final do período das projeções. Isso representa um aumento de 21,9% na quantidade exportada. O faturamento neste ano (janeiro a junho) foi de US$ 1 bilhão para uma quantidade de 1,3 milhão de toneladas exportadas, com 75,8% na participação mundial. A participação brasileira no mercado mundial de suco de laranja foi de 49,5% em 2022. As importações mundiais foram de US$ 3,99 bilhões e as exportações brasileiras foram de US$ 1,98 bilhão no mesmo período.

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Clima impacta trigo no Rio Grande do Sul e Paraná

Não é de hoje que o cenário nos campos da metade sul do Rio Grande do Sul tem se modificado. É nesta paisagem que cereais como trigo, aveia e triticale começam a ganhar espaço no melhor aproveitamento das áreas.

De acordo com o levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 29% do trigo no Brasil já foi colhido. No Rio Grande do Sul, as lavouras já mostram as consequências do excesso de chuvas e falta de horas de sol, principalmente naquelas semeadas mais cedo. Nessas lavouras, há a presença de doenças fúngicas e os tratamentos não foram suficientes para conter o dano, principalmente devido ao excesso de água no solo que inviabilizou as operações. Nas lavouras que recém entraram na fase reprodutiva, o nível de doenças é menor.

No Paraná, a maior parte das lavouras encontra-se em enchimento de grãos e maturação. Algumas áreas refletem os impactos das altas temperaturas, além dos últimos eventos de chuva com ventos fortes que causaram danos, inclusive acamamento.

Em Santa Catarina, as lavouras permanecem em boas condições e mais da metade está entre desenvolvimento vegetativo e floração. Casos pontuais de doenças fúngicas foram tratados, e demais tratos culturais e preventivos estão sendo executados para a manutenção da produtividade e qualidade. A colheita iniciou em lavouras semeadas em meados de maio.

Condições do trigo em outros estados produtores

Em Minas Gerais, a colheita avançou, restando algumas áreas, sobretudo irrigadas. O produto tem apresentado boa qualidade, de forma geral.  Em São Paulo, a colheita avança, mas há relatos de oídio e ferrugem que estão sendo tratados. Em Goiás, as lavouras irrigadas estão finalizando a colheita. Em Mato Grosso do Sul, o forte calor está colaborando para a perda de umidade nos grãos das últimas lavouras. Na Bahia, a colheita vem apresentando produto de ótima qualidade. Os produtores aceleram a colheita visando liberar a área para o plantio antecipado da soja.

Tendência do Clima nos próximos dias no RS

Nesta quinta-feira (28/09), o tempo volta a ficar firme em boa parte do Rio Grande do Sul. A condição será de sol entre nuvens e sem chuva em toda a faixa centro-sul do estado, incluindo a capital Porto Alegre. No extremo norte do estado, o sol aparece, mas podem ocorrer pancadas de chuva acompanhadas por raios.

Na sexta-feira (29/09), há previsão de pancadas de chuva no período da tarde e noite no norte gaúcho. No extremo sul do estado, a passagem de uma nova frente fria traz novamente a chuva com muita nebulosidade ao longo de todo o dia. Nas demais áreas, inclusive a capital Porto Alegre, a condição será de tempo firme ao longo do dia.

No sábado (30/09), o tempo volta a ficar instável em boa parte do Rio Grande do Sul. No centro-leste do Rio Grande do Sul chove de fraca a moderada intensidade. No noroeste gaúcho, o sol aparece ao longo do dia e ocorrem pancadas isoladas. No oeste do estado, o sol aparece e não chove.

No domingo (01/10), o tempo fica firme em todo o Rio Grande do Sul. A condição será de sol entre algumas nuvens e sem chuva.

Leia também: Período seco e temperatura alta podem prejudicar início do plantio da soja em MT

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Rendimento das plantas cultivadas é de 1% ao ano

Artigo escrito por: Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Científico Agro Sustentável

Ao longo dos últimos 50 anos, tem sido registrado um ganho médio de 1% ao ano, no rendimento das plantas cultivadas, que produzem grãos. No presente século, as novas ferramentas de melhoramento, em especial aquelas lastreadas em biotecnologia, permitem acelerar a criação de novas variedades, mais produtivas e de melhor qualidade. Vejamos alguns exemplos.

Arroz

O arroz é o grão mais cultivado no mundo. Na última safra, a colheita foi de 520 milhões de toneladas. Entre os estudos mais recentes para melhoria do arroz, chama a atenção o trabalho da equipe do Dr. Shaobo Wei. O time realizou uma análise comparativa de transcriptomas e metabolomas de milho e arroz (bitly.ws/thpC), revelando 118 fatores de transcrição (FT) que podem atuar como reguladores da fotossíntese de plantas. Os FTs são proteínas que se ligam ao DNA e propiciam a capacidade de controlar a expressão gênica sob diferentes estímulos metabólicos ou condições de crescimento.

Do total de FTs foram selecionados 13, que são ativos em plantas cultivadas em solo pobre em nitrogênio, verificando que cinco deles propiciaram a que a planta absorvesse até 300% mais nitrogênio. Entre eles está um FT membro da família DREB (Dehydration Responsive Element Binding), denominado OsDREB1C, que regula a fotossíntese em arroz. A importância da descoberta é que esse fator tem sua expressão induzida por alta intensidade luminosa e baixo teor de nitrogênio.

Os cientistas inseriram uma cópia extra do gene OsDREB1C em uma variedade de arroz chamada Nipponbare. Para usar como comparador, eliminaram o gene em outras plantas de arroz da mesma variedade. No campo, as plantas sem o gene cresceram menos do que as plantas de controle, enquanto aquelas com cópias adicionais de OsDREB1C cresceram mais rápido e tinham raízes mais longas.

No campo, os resultados foram extraordinários, pois os rendimentos do arroz com cópia extra do gene foram 41 a 68% mais elevados que na sua ausência. Foi observado que a duração do ciclo foi mais curta, as plantas floresceram de 13 a 19 dias antes e acumularam maior biomassa no estágio de enchimento de grãos.

Trigo

Nos estudos preliminares com trigo, usando a mesma técnica descrita para o arroz, os aumentos de produtividade variaram de 17 a 22%. O grupo do Dr. Jiao Yuling editou um fator de transcrição (AP2/ERF – DUO1), verificando que o gene editado pode melhorar em, no mínimo 10%, o rendimento de trigo (bitly.ws/thnL).

A produtividade depende do número de grãos da espiga, que depende do número de espiguetas. A espiga de trigo é composta de vários nós axiais, com uma espigueta na base de cada nó. Os pesquisadores usaram linhas mutantes de Brachypodium distachyon (bitly.ws/thoj) para investigar genes que regulam o número de espiguetas no trigo. No estudo, foi identificado um mutante de inserção de T-DNA denominado Bdduo1, que é responsável por gerar um número maior de espiguetas por espiga, o que significa maior produtividade.

Usando a tecnologia de edição gênica denominada CRISPR/Cas9 (bitly.ws/thoE). Os pesquisadores obtiveram plantas que, na parte média inferior das espigas, exibiam 2-3 espiguetas em cada nó da raque. Esses genótipos produziram mais de 10% em relação aos convencionais.

Sorgo

Os grãos de sorgo são produzidos em cachos de flores que se desenvolvem em uma estrutura ramificada, no topo da planta, chamada panícula. Cada panícula produz centenas de flores. Existem dois tipos de flores e, geralmente, apenas uma delas, a espigueta séssil, é fértil. As espiguetas pediceladas não produzem sementes. Uma simples modificação genética possibilita duplicar o número de grãos do sorgo. O estudo da equipe liderada pelo Dr. Yinping Jiao (bitly.ws/thfh) utilizou genótipos de sorgo de alto rendimento, submetidos à mutação induzida por uma substância química. Nas plantas modificadas por mutagênese, tanto espiguetas sésseis quanto pediceladas produziram sementes, duplicando o número de grãos de cada planta.

Pelo sequenciamento dos genomas das plantas de sorgo, convencionais e modificadas, foi descoberto que a mutação afetou um gene que regula a produção de um hormônio, o ácido jasmônico (AJ). As plantas mutantes produzem níveis mais baixos de AJ, durante o desenvolvimento da flor, sendo que o AJ impede que as espiguetas pediceladas produzam sementes. Com redução de 50% no teor de ácido jasmônico, a planta produz grãos em ambas as flores. Logo, basta modular a expressão do gene responsável pela produção de AJ para aumentar a produtividade do sorgo.

Ademais, algumas das plantas derivadas de mutantes, com alta produtividade, também aumentaram o teor de proteína do grão em 14-24%, o que melhora muito a qualidade nutricional do sorgo (bitly.ws/thmw).

A mesma estratégia poderia ser usada para aumentar a produção de culturas assemelhadas. O conhecimento ajudará a orientar tanto o melhoramento clássico, quanto abordagens que aproveitam as tecnologias de edição de genoma.

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Como será a Primavera 2023 para a Agricultura?

A primavera começou e junto com ela a esperança do produtor para o início do ciclo de uma nova safra. No campo, o plantio da soja ainda é tímido (1,5%) do total geral da área semeada no país. O estado com um ritmo inicial mais adiantado neste momento, é o Paraná com 6% da área prevista para o grão. Já, o milho 1ªsafra alcança 18,3% da área semeada, de acordo com o boletim semanal da Companhia Nacional de Abastecimento.

O clima tem desafiado o produtor que enfrenta chuvas fortes no Sul e altas temperaturas no interior do país. No episódio de hoje, a meteorologista Nadiara Pereira traz as informações sobre o impacto do El Niño para os próximos meses e a tendência para o desenvolvimento das culturas. Acompanhe:

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Veja também: Primavera será marcada por chuva acima da média e novos eventos de ciclone no Sul

10 razões para plantar amendoim direto na palha

Chuva irregular e período de veranico durante o plantio da soja podem favorecer o surgimento de pragas

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Chuva irregular e período de veranico durante o plantio da soja podem favorecer o surgimento de pragas

Com o fim do vazio sanitário da soja, os produtores estão no campo para o início de mais um ciclo da cultura nos estados produtores. O período de semeadura e a fase de emergência das plantas são cruciais para o desenvolvimento da safra e exigem muitos cuidados, entre eles o controle de pragas e doenças.

Em Mato Grosso, é importante que os produtores rurais fiquem atentos à incidência de pragas e doenças. Lucia Vivan, doutora em Entomologia e pesquisadora da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), orienta que para corós e percevejo castanho-da-raiz é importante ter o histórico das áreas, pois esses insetos se mantêm nelas e podem abranger áreas maiores no decorrer dos anos. O mesmo tem sido observado para o cascudinho, espécie com população e abrangência de ocorrência cada vez maior.

Para Spodoptera frugiperda, a especialista explica que a população presente na área está relacionada à cultura na entressafra, sendo que essa espécie apresenta grande número de plantas hospedeiras. No entanto, de forma geral, áreas com tigueras de milho, milheto e gramíneas podem ter populações altas e lagartas residentes. “Estas terão o hábito de lagarta-rosca, causando corte de plantas na emergência”, pontua.

Há ainda mais uma espécie que pode estar presente no início de desenvolvimento da cultura da soja, o percevejo barriga-verde. A praga está relacionada a tigueras de milho, plantas de cobertura e daninhas. A pesquisadora orienta que o tratamento de sementes pode ser eficaz no controle, mas o manejo de invasoras auxilia na redução de populações iniciais que serão potenciais problemas para o período reprodutivo da soja e para o milho segunda safra. “Nesse caso, trata-se de um manejo no sistema de produção”, acrescenta.

Controle no pré-plantio

Para a lagarta elasmo é importante acompanhar as condições climáticas, pois anos com distribuição irregular e períodos de veranico no momento de plantio da soja podem favorecer essa população. Áreas com plantio de sorgo na segunda safra também podem ter infestações superiores. Lucia explica que o tratamento de sementes deve ser utilizado, mas ainda assim, em períodos secos, é possível que ocorram ataques e perdas de plantas.

Segundo a entomologista, para Spodoptera frugiperda o monitoramento no pré-plantio é importante, pois lagartas maiores, a partir de segundo instar, não serão controladas pelo tratamento de sementes. “Nesse caso, deve-se fazer um controle pré-plantio com manejo na palhada, com dessecação antecipada ou uso de produtos recomendados para esse momento”, esclarece.

Já para o cascudinho, o tratamento de sementes minimiza os danos, no entanto, essa população apresenta fluxos de emergência de adultos, sendo necessário o monitoramento para decisão de aplicações foliares. “Pode-se dizer o mesmo para os coleópteros desfolhadores”, completa a pesquisadora.

Importante acompanhar as previsões de chuva para o plantio da soja

As culturas hospedeiras podem proporcionar fontes de alimento e sobrevivência das pragas (ponte verde), resultando em maior número de gerações/ano. Portanto, de acordo com a especialista, o tratamento de sementes, o acompanhamento das previsões de precipitações e o histórico da área e populações presentes na palhada para a decisão de dessecação antecipada, são fundamentais para minimizar os problemas.

O clima tem grande influência e períodos com baixa precipitação merecem mais atenção, pois as plantas se desenvolvem menos e ficam mais suscetíveis ao ataque de pragas. Além disso, quando o clima está mais seco diminui a eficiência dos produtos em geral. Outro ponto importante, conforme orienta a especialista, é que podem ocorrer surtos de lagartas, uma vez que a precipitação é um regulador natural dessas populações.

É possível evitar danos ainda maiores?

Com o monitoramento das áreas, o produtor saberá qual ou quais pragas estão presentes e a dimensão do ataque, assim, poderá fazer a escolha das ferramentas. Para pragas de solo como corós e percevejo castanho-da-raiz, a única ferramenta é o tratamento de sementes ou a pulverização no sulco de plantio.

“Não há produtos aplicados na parte aérea que atinja as raízes, que é onde os insetos se alimentam e causam danos” explica a entomologista.

O mesmo se aplica para lagarta elasmo, pois esta praga penetra na planta de soja à altura do colo, cavando uma galeria ascendente no interior do caule, alimentando-se do mesmo, e as pulverizações na parte aérea não são efetivas devido a esse hábito. “Por isso, é tão importante conhecer o histórico da área, pois essas medidas devem ser tomadas no momento do plantio”, acrescenta a doutora.

Com relação aos coleópteros desfolhadores, devem ser combinadas as ferramentas tratamento de sementes e pulverizações foliares. Isso porque ocorrem fluxos de emergência de adultos dessa espécie ao longo do tempo e o tratamento de sementes apresenta um período curto de atuação, porém, muito importante para o estabelecimento da cultura.

Por fim, para a lagarta S. frugiperda é necessário o monitoramento semanal a fim de identificar aumentos populacionais e tomar a decisão de controle em relação à população e danos em plantas. “As ferramentas para seu manejo são uso de feromônio para interrupção de acasalamento, uso de produtos biológicos e produtos químicos”, finaliza a pesquisadora da Fundação MT.

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Período seco e temperatura alta podem prejudicar início do plantio da soja em MT

A terça-feira está sendo marcada por muito calor no interior da Região Centro-Oeste e principalmente nas áreas produtoras de soja. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mostram que por volta das 13 horas, à temperatura em Sorriso um dos maiores municípios produtores de soja era de 35,5ºC. Em Guarantã, os termômetros marcavam 34,3ºC e em Sinop 35,3ºC, neste mesmo horário.

Em Mato Grosso, o plantio da soja começa a ganhar ritmo, principalmente nas regiões oeste e meio norte do estado, segundo o levantamento de dados semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Foto: Getty Images

Em outras localidades do Mato Grosso, os produtores estão de olho no clima e aguardam pelas chuvas plantadeiras, mesmo sabendo que podem avançar na janela e diminuir a área de milho safrinha. De acordo com a meteorologista Nadiara Pereira, da Climatempo, a tendência é de mais calor durante a maior parte desta semana, com picos acima de 40 °C no interior da Região Centro-Oeste. “Esse calor extremo, associado ao período prolongado seco, tende a provocar estresse térmico e prejudicar o plantio da soja”, alerta a meteorologista.

Onda de calor pode provocar estresse térmico nas plantas

Até quando o calor vai durar?

O calor extremo começa a ceder um pouco, no decorrer do final de semana, quando os episódios de chuva, mesmo que de forma isolada, devem se espalhar um pouco mais. Veja a tendência no mapa abaixo:

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