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Clima impacta e provoca redução de 19,3% na safra 2022 de café

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgou o 4º levantamento sobre a produção de café do Brasil.

 

De acordo com o órgão, a safra 2022, ano de bienalidade positiva, termina com um volume de 50,92 milhões de sacas de café beneficiado, 6,7% acima da safra 2021. Comparado com a de 2020, também de bienalidade positiva, o índice registra a redução de 19,3% ou 12,1 milhões de toneladas, justificada pelas adversidades climáticas, como o déficit hídrico e geadas durante o ciclo da cultura no país.

 

Área

 

Com relação à área destinada à cafeicultura nacional em 2022, confirma-se um total de 2,2 milhões de hectares, sendo 1,8 milhão de hectares para lavouras em produção, com crescimento de 1,8% sobre a safra 2021, e 400,6 mil hectares de área em formação, o que resulta em um aumento de 0,6% de área total cultivada em comparação à safra passada. Das lavouras em produção, estima-se que 1,5 milhão de hectares foram dedicados ao café arábica e 389 mil hectares ao café conilon.

 

“Um ponto importante nessa pesquisa de safra é que identificamos um aumento na produtividade média nacional do café, que será de 27,7 sacas por hectare, 4,8% maior em relação à safra anterior”, anuncia o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

 

“Esse ganho de rendimento nas lavouras ocorreu nas duas espécies cultivadas no país: arábica e conilon. A produtividade do café arábica foi de 22,5 scs/ha, com incremento de 2,7% em relação à safra de 2021, e a do café conilon de 46,8 scs/ha, 7,9% maior que a safra anterior”.

 

Produção

 

De acordo com o levantamento da Companhia, a produção também confirmou aumento nas duas espécies. O volume do tipo arábica é de 32,7 milhões de sacas, um acréscimo de 4,1% em comparação à safra anterior, enquanto a produção do conilon é de 18,1 milhões de sacas de café beneficiado, 11,7% a mais em relação à temporada passada.

 

O Boletim aponta ainda que as condições meteorológicas registradas entre maio e setembro de 2021 foram determinantes para o impacto na retomada do ciclo de alta bienalidade nesta safra.

 

Foto: arquivo istock

 

Café de Minas Gerais

 

Minas Gerais colheu, nesta safra de bienalidade positiva, 22 milhões de sacas de café beneficiado, uma queda de 0,8% em relação à safra de 2021, justificada pela redução de produtividade, e 36,6% inferior ao volume colhido em 2020. De acordo com o levantamento da Conab, a possibilidade de inversão da bienalidade do café arábica existe, porém, serão necessárias pelo menos mais duas safras para confirmar essa tendência.

 

Espírito Santo

 

No Espírito Santo, segundo maior produtor de café no país, a produção foi de 16,7 milhões de sacas. Para o conilon, o montante é de 12,4 milhões de sacas, incremento de 10,1% em relação à safra anterior. Para a espécie arábica, a produção foi de 4,4 milhões de sacas, 48,1% a mais que o volume colhido no último ciclo.

 

Café de São Paulo

 

Nos demais estados, o levantamento da Companhia aponta uma produção colhida em São Paulo de 4,4 milhões de sacas da espécie arábica, representando crescimento de 9,4% em comparação ao resultado obtido em 2021.

 

Bahia

 

Na Bahia, o crescimento concretizado foi de 3,9% na produção total, com 3,6 milhões de sacas em todo o estado, sendo 1,3 milhão de sacas de arábica e 2,3 milhões de sacas de conilon.

 

Rondônia

 

Em Rondônia, a produção alcançou 2,8 milhões de sacas de conilon, acréscimo de 23,7% em comparação à safra passada.

 

Paraná

 

No Paraná, onde o cultivo é exclusivamente de café arábica, houve uma contração de 43,2% na produção do grão em relação à safra de 2021, com 497,9 mil sacas do produto beneficiado.

 

Outras regiões produtoras

 

Os estados do Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso também registram aumentos na produção, enquanto no Amazonas, apesar da redução de área, o aumento da produtividade manteve o volume do estado praticamente igual à safra passada, totalizando 75,3 mil sacas.

 

Tendência do clima

 

Um forte corredor de umidade sobre o interior do Brasil é responsável pela propagação de nuvens carregadas entre o Centro-Oeste, Sudeste e interior do Matopiba. Ao longo dos próximos dias, são esperadas chuvas intensas sobre estas regiões.

 

Até a metade da próxima semana estão previstos mais de 130mm em áreas do Cerrado Mineiro e mais de 70mm entre o norte de São Paulo, interior de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e interior do Matopiba.

 

Essas chuvas fortes podem vir acompanhadas por granizo especialmente em localidades do Sudeste e do Centro-Oeste e podem trazer transtornos nas áreas que apresentam bastante umidade devido as chuvas que vem acontecendo desde novembro, como é o caso de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e norte de Goiás. As chuvas devem continuar acontecendo com forte intensidade entre o estado mineiro e capixaba, no interior do Matopiba e do Centro-Oeste pelo menos até o Natal, configurando um período de invernada.

 

Já sobre o Sul do Brasil a previsão é de pouca chuva até o Natal. Especialmente no Rio Grande do Sul, os próximos dias serão marcados por tempo seco e muito quente, o que deve continuar prejudicando a produtividade do milho no Estado.

 

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