A expressão ficou muito conhecida em 1975 quando a geada destruiu cafezais do Paraná e de São Paulo.
A massa de ar frio que entra no Brasil nesta segunda-feira, 17 de julho vem do pior jeito possível, cruzando os Andes em torno da latitude de 30ºS, por cima das maiores altitudes da Cordilheira.
Com isso a pouca umidade que este vento gelado tinha ficou sobre o Chile e oeste da Argentina, causando nevascas por lá neste domingo.
Geadas por vários dias
Ao descer os Andes o vento vem rápido, seco e com temperaturas abaixo de 5°C. Hoje o frio já atingiu este patamar no oeste e no sul do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e no sudoeste do Paraná. O vento gelado deve causar geadas por toda a Região Sul do Brasil, em Mato Grosso do Sul, na Serra da Mantiqueira e no sul de Minas Gerais nos próximos 6 dias.
Este longo período com risco de geadas não é culpa de uma única onda de frio, outra mais fraca, que deve entrar pela Argentina pode chegar ao Sul do Brasil no dia 21 de julho mantendo a temperatura baixa.
Desta vez não tem muito café pelo caminho, mas o frio contínuo vai queimar muito pasto por todo o Sul do Brasil e em Mato Grosso do Sul.
Com a massa que entra no meio da semana pode gear na Serra da Mantiqueira e no sul de Minas Gerais no fim de semana.
A previsão de clima ainda indica risco de geadas mais algumas vezes nos próximos meses. Verifique como acessar esta informação no produto Agroclima PRO.
O vento gelado já chegou à Rio Branco antes de atingir a cidade de São Paulo
Isso mesmo, como o vento frio já estava sobre a Bolívia no domingo à noite. Ela já chegou ao Acre, a Cuiabá, mas só chegou à Presidente Prudente esta manhã. A previsão é de que a massa de ar entre na capital paulista no fim do dia.
Mesmo onde não ocorre a geada o efeito Poço dos Andes vai fazer sentir seus efeitos.
O vento seco entra no Centro-Oeste e encontra áreas desta Região e de Tocantins com mais de 60 dias sem chuva segundo o INPE. A massa de ar vai esquentar e reduz ainda mais a umidade relativa do ar agravando a secura o pasto e aumentando o risco de incêndios no cerrado e também no sul da Amazônia.
As áreas que produzem hortaliças, frutas e flores irrigadas terão muito sol, temperaturas amenas à noite. Se fica mais fácil controlar as pragas e doenças que possam atingir os cultivos os custos com o aumento do consumo de água aumentam.
Enquanto isso a colheita da safrinha pode terminar sem maiores problemas.
Preparando a safra 2017/18
Esta grande massa de ar frio e seco pode trazer reflexos até o plantio da próxima safra. Este ar vai esquentar, mas continua muito forte sobre o centro do Brasil criando um bloqueio atmosférico.
As próximas frentes frias devem ser empurradas para o Oceano Atlântico sem causar chuva no interior do Sudeste, nem no Centro-Oeste, e até na Região Sul a chuva pode ficar abaixo da média.
A Climatempo está acompanhando tudo para você.
Para saber da previsão para sua fazenda se inscreva no Agroclima PRO.
Experimente os primeiros 30 dias gratuitamente.
Colocando sua estação meteorológica em nossa base de dados você aumenta a assertividade e acessa a tendência do clima para os próximos 180 dias gratuitamente.
Ana Lúcia Frony de Macêdo
Meteorologista