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EMSEA: Infraestrutura será necessária para levar energia renovável para os centros urbanos

A geração elétrica brasileira hoje é 90% renovável

A meta de impedir que os termômetros ultrapassassem 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, estabelecida no acordo de Paris, em 2015, já foi descumprida e, no último dia 22 de julho, a temperatura média global diária alcançou o recorde de 17,15°C, evidenciando que o aquecimento global avança e os eventos extremos estão cada vez mais recorrentes e intensos. É um cenário que exige adaptações urgentes e a mitigação das emissões de carbono, segundo alertaram especialistas durante o II EMSEA, Encontro Nacional de Mudanças Climáticas Para o Setor de Energia e Agronegócio, realizado pela Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, na última quinta-feira (25/07).

Foto: Divulgação Climatempo

No evento, realizado no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), a meteorologista Marcely Sondermann, da Climatempo, e o sócio da consultoria 9Stone, Carlos Rebello, ressaltaram que é fundamental hoje que os programas de compliance das organizações contemplem ações para mapear os riscos climáticos e adotar medidas que promovam a transição energética e a descarbonização.

Os impactos das mudanças climáticas são visíveis no setor de energia e no agronegócio. No segmento de transmissão de energia, as linhas estão sendo impactadas principalmente por ventos cada vez mais velozes, descargas elétricas, erosões e incêndios mais recorrentes, que causam desligamentos e prejuízos para as empresas e sociedade. Como medidas de adaptação, as concessionárias estão incluindo os estudos climáticos futuros em seus projetos, como forma de proteger os ativos e manter a operação.

“Não basta hoje olhar apenas o histórico dos eventos, porque o cenário mudou com o aquecimento global, então são necessárias análises de modelos meteorológicos futuros para que sejam feitas adaptações e medidas de mitigação dos impactos nas linhas”, afirmou o superintendente de transmissão da Alupar, Sergio Antezana, painelista do II EMSEA. “Desta forma, conseguimos, por exemplo, realizar a poda da vegetação de forma mais inteligente em áreas com risco de incêndio ou identificar onde pode haver chuvas fortes e enviar equipes que atuem rapidamente no caso de desligamento”. 

Para contribuir com as questões de transição energética e de descarbonização, o segmento de transmissão necessita atualmente de mais infraestrutura para levar a energia renovável primordialmente gerada no Norte e Nordeste do Brasil para os grandes centros de consumo do Sul, Sudeste e Centro Oeste. “A geração elétrica brasileira hoje é 90% renovável, mas são necessárias mais linhas de transmissão para ajudar a promover a transição energética nacional, limpando o consumo nos grandes centros”, observou o diretor de ESG da EDP, Dominic Schmal.

No ano passado, mais de 10 mil quilômetros de linhas foram leiloados para fazer essa conexão, e o desafio será implementar os novos projetos com tecnologia de baixo carbono e uma infraestrutura adaptada às mudanças climáticas. “Temos realizado estudos para adotar medidas adaptativas nos projetos, porém os eventos climáticos mais extremos são realidade e o desafio é trazer essa discussão dos impactos também para a regulação do setor”, apontou Ana Carolina David, gerente de Comunicação, Sustentabilidade e Relações Institucionais da ISA CTEEP.

Sobre essa questão, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) realizou tomada de subsídios no primeiro semestre do ano para avaliar a necessidade de intervenção regulatória associada ao aumento da resiliência a eventos climáticos nos sistemas de transmissão e distribuição. Segundo a coordenadora da Secretaria de Inovação e Transição Energética da ANEEL, Djane Fontan Melo, painelista do encontro, a agência está atenta ao fluxo da energia limpa para as áreas de maior consumo e aos desafios de resiliência das linhas frente aos eventos climáticos extremos, como maneiras de colaborar com a transição energética e garantir a segurança energética brasileira.

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