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A chuva concentrou-se sobre o Norte e Nordeste do país nos últimos sete dias favorecendo o desenvolvimento de culturas como a segunda safra de milho no Maranhão e Tocantins, feijão, soja e mandioca na região conhecida como Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia) e cana de açúcar na zona da mata do Nordeste. Por outro lado, a precipitação tardia no oeste da Bahia diminuiu a qualidade das maças do algodão.
No centro e sul do Brasil, o tempo permaneceu seco. O índice de vegetação indica a qualidade da segunda safra de milho abaixo do normal em Mato Grosso do Sul e no Paraná, onde a estiagem é mais severa, mas a pior seca do no país é observada no noroeste de São Paulo, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA).
A seca persistente praticamente inviabiliza o cultivo de laranja no noroeste de São Paulo e diminui de forma considerável a qualidade de canaviais das regiões noroeste e oeste do Estado de São Paulo e leste de Mato Grosso do Sul. Não foi à toa que na terça-feira da semana passada o preço do açúcar subiu em Nova Iorque e Londres entre outros motivos pela possível diminuição na produção do Brasil.
Próximos dias
Uma frente fria avança pelo Brasil organizando chuva entre a terça (27/04) e quinta-feira (29/04) sobre o Espírito Santo, leste, centro e noroeste de Minas Gerais, centro e norte de Goiás, Tocantins e norte de Mato Grosso. O acumulado passa dos 20mm no norte de Mato Grosso, mas será mais fraco e desigual em Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.
A semana será caracterizada por chuva forte desde o Recôncavo Baiano até o leste da Paraíba e boa parte da Região Norte. No noroeste do Amazonas, a tendência é que o acumulado de chuva para sete dias possa acumular 200mm, mantendo elevado o nível do rio Negro. Há possibilidade de ocorrência de uma cheia histórica em Manaus e ao longo da calha do rio Amazonas, já que também houve cheia expressiva nos afluentes que passam por Rondônia e Acre neste ano.
Mapa de precipitação acumulada e anomalia de chuva entre 26/04 a 02/05
Na Região Sul, não há previsão de chuva nesta semana, conforme mostra o mapa abaixo:
Com relação a temperatura na Região Sul, a tendência é que fique mais baixa com potencial para geadas na região de Urupema (SC) nesta terça (27/04) e quarta-feira (28/04).
Risco de tempestade
Entre sexta-feira (30/04) e sábado (01/05), áreas de instabilidade avançam e as condições de chuva aumentam no Triângulo Mineiro, São Paulo, sudoeste de Goiás, Paraná, sul de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O acumulado nos Estados será muito baixo, inferior aos 10mm e não mudará o atual ambiente agrícola. No domingo, 02 de maio, há risco de tempestades em Mato Grosso do Sul, com rajadas de vento de até 70km/h.
Ainda no domingo, 02 de maio, os modelos indicam a formação de um bloqueio atmosférico. “Isso significa que entre os dias 02 e 10 de maio, as frentes frias ficarão mais ativas sobre a o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sul do Paraná”, explica o meteorologista Celso Oliveira.
Mapa de precipitação acumulada e anomalia de chuva entre 03/05 a 09/05
“Estimam-se pelo menos 50mm no leste do Rio Grande do Sul entre 03 e 09 de maio, mas simulações mais extremas indicam até 150mm sobre o Estado. O fato é que a volta da chuva acontece em um momento que boa parte da safra já estará colhida e a precipitação servirá para aumento da umidade do solo para posterior preparo e instalação das culturas e pastagens de inverno”, relata Oliveira.
No Paraná, a chuva não alcança todo o Estado, mas aumenta a umidade do solo para mitigar perdas na segunda safra de milho e avanço na instalação do trigo no sul paranaense. Por outro lado, o tempo seca no norte de São Paulo, leste de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, sul de Tocantins e interior da Bahia.
No decorrer do mês de maio, não há previsão de grandes mudanças. “A chuva prevista entre 11 e 15 de maio sobre o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul deve ser vista com cautela por conta da temperatura do Pacífico leste mais baixa que o normal. É possível que a chuva até retorne para boa parte do Brasil, mas somente no fim de maio, início de junho.”, prevê o meteorologista.
Por Celso, Oliveira, meteorologista
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