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O Agro sustentável do Paraná

A produção agrícola de forma sustentável pode parecer um grande desafio para o agronegócio, porém, ações simples vêm se mostrando eficientes e benéficas, tanto em relação ao meio ambiente e à sociedade, quanto em aspectos econômicos de produção.

 

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Foto/Reprodução Getty Images

O Paraná é um exemplo de Estado que atrela agricultura, sustentabilidade e inovação. Por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná), está sendo possível garantir a sustentabilidade da produção agrícola paranaense, através da divulgação de práticas e informações que colaboram com a produção sustentável. Dentre os exemplos de iniciativas de pesquisas, podem-se citar o desenvolvimento de cultivares mais produtivas, extensionismo rural – a fim auxiliar, difundir e propagar conhecimento entre os produtores da região, desde o preparo do solo até a colheita – e oferta de serviços automatizados de informação para os agricultores. Além disso, há também o serviço Alerta Ferrugem, que visa monitorar a ferrugem asiática da soja, importante doença da cultura, e que possibilitou a redução de aproximadamente 30% no uso de fungicidas em safras anteriores.

 

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Os extensionistas do IDR-Paraná também vêm incentivando a adoção da agroecologia e o uso racional de insumos por meio das técnicas do manejo integrado de pragas, que visa divergir as formas de controle ao invés da adoção de uma única. A proteção de nascentes e o uso do plantio direto (sem revolvimento do solo) são outras ações difundidas pelo IDR-Paraná, e, além de trazer conservação ao meio ambiente, possibilita a melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo, o que gera maior produtividade nas culturas.

 

Programas como o Paraná Mais Orgânico (responsável por orientar agricultores familiares interessados em se certificar e produzirem alimentos orgânicos), Prosolo Paraná (Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná), Programa Estradas da Integração (que visa controlar a erosão por meio da redução da poluição dos cursos de água e melhoria da trafegabilidade, por meio de projetos para pavimentação de estradas rurais), são também exemplos de apoio do Estado à sustentabilidade.

 

Portanto, verifica-se que o Estado do Paraná está no caminho para uma agricultura ainda mais sustentável e inovadora, e isso é motivo de muito orgulho para o Brasil, afinal, a agricultura sustentável, além de buscar pela eficiência produtiva, também preza pela preservação do meio ambiente e pelo cuidado com as gerações futuras.

 

Texto produzido por Victor Neves, engenheiro agrônomo da Climatempo.

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Mercado para farinha de trigo orgânica cresce no Brasil

Em 2021, o número de consumidores de alimentos orgânicos no País cresceu 63%, de acordo com a pesquisa “Panorama do consumo de orgânicos no Brasil”, desenvolvida pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) junto à empresa Brain Inteligência Estratégica e à iniciativa Unir Orgânicos.

 

A pesquisa identificou que, em 2021, 31% dos entrevistados consumiu no período de 30 dias pelo menos um produto orgânico. Em comparação aos anos anteriores, esse número era equivalente a 19% em 2019 e 15% em 2017. Considerando um dos alimentos mais importantes para o brasileiro, o pão, o mercado de produtos orgânicos também vem crescendo.

 

Mas, como é feita a aplicação da farinha orgânica e como tem se comportado o mercado, desde a complexidade da produção do trigo orgânico?

 

Tudo começa no plantio, na escolha da área e da certificação de todo o processo produtivo, ou seja, o cuidado vem da base. De acordo com Jonathas Baerle, Gerente Geral, da Gebana, com sede na cidade paranaense de Campo Largo, a Cooperativa reúne uma rede de agricultores que oferece produtos sustentáveis – o sistema de produção orgânico segue um critério extremamente rigoroso.

 

“Priorizamos a preservação do meio ambiente, produzindo a partir de princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, sempre respeitando as relações sociais e culturais”, explica.

 

Foto: arquivo Istock

 

Atualmente, cerca de 120 produtores estão cooperados e, assim, a Cooperativa disponibiliza ao mercado 3,5 mil toneladas de trigo orgânico ao ano. Sobre as vantagens da produção de trigo orgânico, Jonathas Baerle explica que é uma ótima planta para rotação de cultura, tem facilidade de manejo e deixa bom material orgânico para o cultivo de soja no verão.

 

“O mercado está em pleno crescimento. Nos últimos dois anos, sofreu um pouco devido ao forte aumento da commodity, mas creio que seguirá crescendo assim como todo setor de orgânico”, diz.

 

“A moagem do trigo orgânico exige uma especificidade que vem desde o campo. Em sua chegada ao moinho, temos que oferecer toda a garantia para não haver misturas de matérias-primas e, assim, assegurando a credibilidade ao produto”, comenta Amedeo di San Marzano, presidente do Grupo Ocrim, um dos pioneiros na produção de farinha orgânica no Brasil.

 

 

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Como monitorar o Clima na sua fazenda?

 

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Artigo: Como alimentar o mundo nas próximas décadas?

Por Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja e membro do Conselho Agro Sustentável

 

Aumentar a área apresenta limitações intransponíveis. Hoje são cultivados 1,8 bilhão de hectares no mundo. Até haveria mais para cultivar. Mas a sociedade global não vai permitir pois, em termos globais, já avançamos além da capacidade de suporte do planeta. O Brasil, que cultiva apenas 7,6% de seu território (contra 55% dos europeus ou mais de 60% da Índia), também terá que pôr o pé no freio. Concedo que poderão ser incorporados uns 200 Mha, pouco mais, em todo o mundo. Et c’est fini!

 

Menos perdas e desperdícios

 

Estudos apontam para perdas e desperdícios superiores a 30%, da semeadura à mesa. Precisamos cortar este número pela metade ou mais. Diminuição de perdas significa melhorar muito o manejo dos solos, das culturas, das colheitas e do pós-colheita. Não perder mais solo por erosão pois, junto com o solo, lá se vão a matéria orgânica e os nutrientes. Também não serão admissíveis perdas por secas ou inundações.

 

Já dispomos de muita tecnologia para mitigar as secas, especialmente com o uso do plantio direto e com a melhoria do perfil do solo, de maneira que fique mais poroso, arejado, absorvendo e retendo mais água. A palhada na superfície evita a evaporação desnecessária. Dispomos de irrigação para as regiões mais vulneráveis e, brevemente, também teremos variedades tolerantes à seca, com produtividade adequada.

 

Para completar, não podemos ter perdas na colheita. Quem fez tudo certo até a décima hora, não pode perder parte da sua safra na hora de retirá-la do campo. Assim como não pode perder na armazenagem ou no transporte. Os desperdícios também ocorrem ao longo da cadeia de valor. É uma decorrência de certificações excessivamente severas, consumidores que não aceitam uma única pinta na fruta ou furo na alface, armazenagem de frio inapropriada, baixo tempo de prateleira e, não menos importante, o desperdício no preparo e no consumo dos alimentos, aquela sobra de comida que vai para o lixo. Tudo isso terá que ser combatido e minimizado.

 

Foto: Getty Images

 

 

Produtividade, o grande segredo

 

Para a maioria das culturas já se dispõe de tecnologia para mais do que dobrar a produtividade atual. Não se espera uma revolução, mas um processo gradativo. Mesmo considerando as limitações ambientais, é factível aumentar a produtividade em, no mínimo, 1% ao ano. Em 30 anos produziremos um terço a mais, na mesma área.

 

Mas, a pesquisa agronômica está longe de esgotar as possibilidades. Além das tecnologias já disponíveis, ainda há muito para avançar. Analisemos, especificamente, o caso da melhoria do potencial genético dos cultivos, com abordagens não tradicionais, que tanto podem vir por engenharia genética clássica quanto pelas novas ferramentas, como a edição gênica. Vamos a um exemplo:

 

Lembremo-nos que as plantas usam a luz visível para obter energia e realizar a fotossíntese. A luz visível situa-se entre os comprimentos de onda de 400 e 700 nm, embora existam picos de radiação fotossinteticamente ativa dentro deste espectro. Quem gosta de mergulhar já observou que, no fundo dos rios, onde a luz visível quase não chega, existem vegetais que se desenvolvem muito bem, efetuando fotossíntese. Tal e qual o fazem seus similares que recebem diretamente a radiação solar. Aí os cientistas se questionaram: e se fosse possível ampliar a faixa de aproveitamento da radiação, melhorando a fotossíntese em condições de luminosidade adversa também nos cultivos?

 

Fotossíntese na sombra

 

O questionamento levou aos estudos da equipe do professor Dennis Nürnberg, mostrando que as cianobactérias efetuam fotossíntese utilizando radiação infravermelha, com comprimento de onda que inicia no final do espectro da luz visível (700 nm) estendendo-se até 3 mm. Quando a luz visível é muito fraca, entra em ação a “clorofila f”, presente nas cianobactérias, e que possui a capacidade de absorver a radiação nesta faixa de comprimento de onda. A quem se interessar, o artigo se encontra em http://bitly.ws/uiZ4.

 

Para vislumbrar o efeito prático do estudo, imagine uma planta de soja, que pode ter dez nós no caule, com uma folha trifoliolada presente em cada nó. Quando a planta é nova, com cerca de cinco nós, todas as folhas estão diretamente expostas à luz visível, em condições de absorver a radiação, por meio dos tipos convencionais de clorofila a e b. Até aí, tudo bem. Entretanto, quando a planta atinge determinada altura – os tais dez nós – as folhas superiores sombreiam as inferiores.

 

Dessa forma, a contribuição das folhas sombreadas para a formação de reservas de fotossintatos – que formarão o futuro grão de soja – é reduzida, podendo até ser negativa, ou seja, a folha fornece menos reservas do que necessita para sobreviver. Assim, quando as folhas não são mais úteis à planta, acabam por fenecer e desprender-se da mesma.

 

Ocorre que a radiação infravermelha, ao contrário da luz visível, possui capacidade de penetrar no interior da massa de folhas das plantas de um cultivo, porém não é aproveitada para fotossíntese, por estar fora da faixa de absorção dos tipos de clorofila atualmente encontrados nas plantas superiores- os tipos a e b. Mas, e se os cientistas inserirem no genoma das plantas cultivadas os genes responsáveis pela síntese de clorofila f?

 

Então, abre-se uma nova perspectiva de aumentar a contribuição fotossintética das folhas que deixam de receber a luz visível, mas recebem a radiação infravermelha. Essa possibilidade parece futurística, porém lembremo-nos da velocidade com que a Ciência avança no século XXI. E não é a única, uma vez que os cientistas já identificaram diversos caminhos que podem aumentar a eficiência fotossintética das plantas, logo, a produtividade dos cultivos. Por essas razões tenho confiança que, a depender da ciência e dos agricultores, não faltará alimento em 2050. E será por incremento da produtividade.

 

O Brasil reúne as principais vantagens comparativas para ser o grande protagonista do mercado internacional de produtos agrícolas, nas próximas décadas. Para tanto, precisa transformar suas vantagens comparativas em efetiva competitividade. Uma vantagem competitiva é dispor de tecnologia agrícola própria, de última geração, desenvolvida aqui, em nosso país.

 

Para tanto, necessitamos investir de forma intensa e continuada nos talentos científicos que existem em nossos institutos e universidades, para que desenvolvam inovações que garantam nossa competitividade no mercado agrícola mundial. Antes que outro país o faça e nós deixemos escorregar a oportunidade entre nossos dedos.

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Lavouras do Matopiba com boas condições devido às chuvas

Devido à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que caracteriza um intenso corredor de umidade, nos próximos dias são esperados volumes significativos de chuva entre áreas do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e também na região do Matopiba.

 

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Foto/Reprodução Getty Images

 

Nessas áreas inclusive, há risco para temporais, deixando em atenção principalmente as áreas entre o norte de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo e Goiás onde os acumulados devem ser maiores, podendo resultar em transtornos as lavouras. Além disso, alguns pontos dessas regiões que os episódios de chuva vem ocorrendo de maneira frequente e volumosa, já se encontram com solo bastante encharcado, deixando o alerta para possibilidade de erosão no solo.

 

Algumas áreas das regiões Norte e Nordeste também estão na área de risco de temporais nesta quinta-feira, incluindo as áreas mais ao sul e leste do Amazonas, Acre, centro-sul do Pará, Tocantins, e também no Matopiba. Sobre o Matopiba especificamente, apesar de em algumas áreas as chuvas fortes paralisarem as atividades em campo, a distribuição e frequência da chuva vem beneficiando a região de uma maneira geral, e as lavouras têm apresentado boas condições de desenvolvimento.

 

Assista ao vídeo:

 

 

No estado da Bahia inclusive, segundo informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as boas condições climáticas propiciaram o avanço do plantio do algodão e o bom desenvolvimento inicial das lavouras. A expectativa do clima é boa para a região nesse mês, com períodos intercalados de boa luminosidade e volumes de chuva que garantem a manutenção da umidade no solo, propiciando a fase de enchimento de grãos e maturação das lavouras de soja e também a continuidade do plantio do algodão.

 

Em grande parte do centro-sul do país, devido à atuação de uma alta pressão, e em algumas áreas no Nordeste, em virtude da influência de um sistema de baixa pressão em altos níveis da atmosfera, a tendência desses próximos dias é de tempo mais seco, mas no centro-sul a partir de meados da semana que vem, um novo sistema deve avançar, causando chuva novamente na região.

 

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Plantio é beneficiado pela diminuição da velocidade dos ventos

Após 13 anos de estudos, pesquisa liderada pela APTA Regional, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mostra que o cultivo consorciado de café com macadâmia é uma opção viável para produtores rurais paulistas. Os sistemas consorciados foram mais produtivos que os monocultivos, atingindo 215% mais de rendimento e receita até 3,2 vezes superior em condições sem irrigação. O consórcio oferece ainda a possibilidade de sequestro de sete toneladas de gás carbônico por hectare por ano. Os resultados foram publicados na revista científica internacional Food and Energy Security.

 

De acordo com o pesquisador da APTA Regional de Bauru, Marcos Perdoná, os resultados foram alcançados por meio de um experimento de longa duração instalado em um produtor rural do município paulista de Dois Córregos.

 

“Após 13 anos de trabalho e a colheita de dez safras de café e de macadâmia, foi possível respondermos muitas dúvidas sobre os sistemas e chegar a resultados bastante consistentes, que comprovam que o cultivo consorciado de café e macadâmia traz benefícios agronômicos, econômicos e ambientais”, afirma o pesquisador da APTA Reg ional, líder do projeto ao lado do professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Botucatu), Rogério Soratto.

 

Perdoná explica que sob o consórcio as duas culturas podem alcançar uma complementariedade mais efetiva no uso de recursos ambientais como nutrientes, água e luz, principalmente, quando há uma exploração temporal e espacial desses recursos.

 

“O consórcio de café com macadâmia demonstrou resultar não apenas em melhores condições ambientais, mas também em aumento no rendimento de café e da macadâmia. Isso proporciona maior rentabilidade e retorno mais rápido do investimento quando comparado ao monocultivo de café, tanto irrigado quando sequeiro, aumentando a eficiência no uso da terra e da água na fase inicial”, afirma.

 

 

Foto: arquivo Istock

 

De acordo com o pesquisador, o trabalho mostrou que no plantio consorciado os cafeeiros são beneficiados pela diminuição da velocidade dos ventos em até 60%, já que as nogueiras funcionam como quebra vento.

 

“Além disso, nos anos iniciais, são protegidos do calor excessivo, chegando a produzir 10% a mais que os cafeeiros a pleno sol. Para as nogueiras, os benefícios são ainda maiores. Elas se aproveitam dos tratos de adubação e fitossanitários realizados nos cafeeiros, reduzem o período juvenil e entram em produção já aos três anos de idade”, afirma Perdoná.

 

Os estudos demonstraram ainda que esse tipo de consorciação apresentou resultados agronômicos e econômicos superiores ao cultivo de café solteiro, com aumento da eficiência do uso da terra em 2,6 vezes, maior rentabilidade e mais rápido retorno do investimento, aumento de 10% na produtividade de café em condições de sequeiro, ampliação da produção de nozes de macadâmia em 51 e 27%, nas condições com e sem irrigação, respectivamente.

 

Os ganhos foram tão promissores que os pesquisadores falam que é possível transformar a bienalidade do café.

 

“Dizemos que o café é uma cultura bienal, ou seja, em um ano tem uma safra com alta produtividade e no outro com baixa. Quando o café está consorciado com a macadâmia, transformamos todos os anos em anos com duas safras agrícolas, produzindo café e noz macadâmia na mesma área”, explica o pesquisador.

 

Sistema é altamente sustentável

 

Do ponto de vista ambiental, o sistema consorciado traz uma série de vantagens, como a melhor ciclagem dos nutrientes e a captação de carbono. Perdoná explica que o café é considerado uma cultura neutra no sequestro de carbono, porém, a macadâmia sequestra muito desse gás do ambiente. Dessa forma, o cultivo consorciado pode contribui de maneira decisiva no sequestro de carbono da atmosfera, pois, cada hectare de café consorciado com macadâmia pode sequestrar anualmente entre 6,7 Mg de CO2 a mais que os cafeeiros solteiros.

 

“Na maioria dos países o café é sombreado, mas a cafeicultura brasileira é a pleno sol (monocultivo). Se somente 10% da área cultivada com café no Brasil adotasse a prática da consorciação com macadâmia, mais de 1.5 Tg de CO2 seriam retirados da atmosfera anualmente. Isso representa muito mais que muitos programas de reflorestamento, além de aumentar a produção de alimentos, melhorar o uso dos recursos naturais e produzir mais renda aos produtores”, afirma o pesquisador.

 

O sombreamento proporcionado pelas árvores de macadâmia também diminuem a necessidade no uso de herbicidas para controle plantas daninhas do café.

 

“Além disso, nossos resultados mostram uma melhora nos índices de produtividade quando comparamos os sistemas sem irrigação. O microclima conseguido pelo consórcio melhora consideravelmente a produtividade do cafeeiro nos primeiros anos”, diz.

 

Diante dos indicadores, os pesquisadores concluíram que o sistema consorciado é mais estável e eficiente, melhorando a segurança alimentar com melhor aproveitamento dos recursos, intensificação da produção e entrada de recursos econômicos para os agricultores, além de oferecer serviços ecossistêmicos.

 

Diversas modalidades

 

As vantagens verificadas no estudo têm chamado atenção dos produtores rurais paulistas. Muitos agricultores já adotam o sistema em diversos municípios das regiões cafeeiras como Garça, Franca, Mogiana e Alta Paulista.

 

“Existem várias modalidades de consórcio. Essa que usamos nesse estudo de Dois Córregos tinha a estratégia de que o café pagasse a implantação do pomar de macadâmia nos primeiros anos da cultura e que após 13 anos fosse retirado para ficar apenas as árvores da nogueira na área. Essa é uma modalidade. Mas há produtores, por exemplo, que têm a estratégia manter um consórcio permanente, por isso, adotam maior espaçamento entre as fileiras de macadamia”, explica.

 

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Como monitorar o Clima na sua fazenda?

 

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Atividades no campo podem paralisar devido à chuva forte

Durante a segunda metade desta semana (05/01), as instabilidades devem ganhar ainda mais intensidade sobre o interior do Brasil devido ao fortalecimento de um corredor de umidade entre as regiões Norte e Sudeste e um ciclone no oceano.

 

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Foto/Reprodução Getty Images

 

No decorrer dos próximos dias há previsão para chuvas intensas sobre áreas produtoras da Alta Mogiana em São Paulo, de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Os volumes de chuva podem ultrapassar 150mm até o final de semana e além de paralisar momentaneamente as atividades no campo, podem trazer danos às plantações, especialmente para lavouras de café, porque a chuva pode vir acompanhada por rajadas de vento e até mesmo queda de granizo.

 

Assista ao vídeo:

 

 

O tempo mais fechado e chuvoso deve deixar as temperaturas mais baixas entre o Sudeste e Goiás durante as próximas tardes, o que caracteriza um período de invernada. Na próxima semana, (domingo 08/01), as instabilidades diminuem sobre o Sudeste e o Centro-Oeste, mas ainda assim, estão previstos volumes que podem chegar a 70 mm entre os dias 09 e 13 de janeiro especialmente sobre áreas produtoras entre São Paulo e sul de Minas Gerais.

 

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Otimizar sua máquina para extrair o melhor rendimento

A agricultura brasileira está no campo com a nova safra e otimizar a máquina para obter o melhor rendimento é necessário para extrair uma produção eficiente. De acordo com o FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o aumento da produtividade rural é o grande trunfo para obter o crescimento da produção de alimentos.

 

Um dos segredos para otimizar a produtividade no campo é exatamente monitorar as plantações, que dependem das otimização das máquinas agrícolas. Se quer manter seus custos de operação baixos e evitar desperdício é importante o acompanhamento da sua atividade agrícola desde a fase de planejamento até após a execução para validar pontos de melhoria.

 

Para falar sobre a otimização das máquinas nosso convidado deste episódio é Felipe Stefanello, especialista em Otimização de Plantadeiras. Veja as dicas importantes no episódio abaixo:

 

 

 

Onde ouvir o podcast AgroTalk

 

Todos os conteúdos do podcast AgroTalk também estão disponíveis nas plataformas Spotify, Deezer, Podcasts Connect da Apple. Ao acessar as plataformas é só procurar por AgroTalk.  Acompanhe aqui lista de todos os episódios do podcast AgroTalk.

 

Acesse a lista de matérias e vídeos do podcast AgroTalk. Se preferir veja também na playlist do Youtube  

 

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Chuva forte: atividades no campo são impactadas no Sudeste

A partir da metade da semana um corredor de umidade vai se intensificar entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Aliado a um ciclone no oceano, esse corredor de umidade vai provocar chuvas fortes, que podem ocorrer acompanhadas por tempestades, entre São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e interior da região Norte.

 

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Foto/Reprodução Getty Images

 

As áreas mais atingidas entre o norte de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, inclusive as áreas do Cerrado, devem receber mais de 150 mm até o início da próxima semana (domingo 08/01). Nestas áreas o risco para invernada é maior na segunda metade desta semana e as atividades no campo devem ser impactadas, tanto os tratos culturais nas lavouras, quanto atividades da colheita da soja, que está começando em Mato Grosso, e o plantio do algodão que está em andamento.

 

Assista ao vídeo abaixo:

 

 

Até o final de semana a chuva volta a se espalhar e ganhar força sobre o Matopiba, onde estão previstos acumulados que podem ultrapassar 70 mm. Enquanto as chuvas aumentam sobre a metade norte do País, sobre as áreas mais ao Sul o tempo seco é que volta a se intensificar. No Rio Grande do Sul não tem previsão de chuva até o dia 10 de janeiro e o calor volta a aumentar. Até o final de semana estão previstas temperaturas chegando novamente aos 40°C em localidades da Campanha e meio oeste Gaúcho.

 

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IAC lança variedades de cana com alta produtividade

Cinco novas e modernas variedades de cana-de-açúcar foram lançadas pelo Instituto Agronômico (IAC). Esses novos materiais são superiores de 12 a 27% em relação à variedade padrão observada nos estudos, considerando produtividade e longevidade.

 

Destacam-se pelo alto teor de sacarose, aumento de longevidade dos canaviais, possibilidade de longo período de colheita e adaptação a diversas regiões canavieiras do Brasil e distintos tipos de solos.

 

Foto: Getty Images

 

A IACCTC07-7207 é uma variedade de alta produtividade, atingindo valores 27% superiores à produtividade agrícola da variedade padrão: a RB867515.

 

“Essa produtividade tão superior decorre da sua elevada população de colmos, que supera o padrão em 52% na média dos quatro primeiros cortes. Essa superioridade agrícola é transferida também para a produtividade agroindustrial”, explica o líder do Programa Cana IAC e diretor-geral do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell.

 

Segundo Landell, a IACCTC07-7207 também amplia a longevidade de seus canaviais, estimada em quatro cortes. Esse ganho resulta da alta capacidade de brotação deste material, que se adapta a diferentes regiões canavieiras do Brasil.

 

Resultados no Nordeste do Brasil

 

A IACCTC07-7207 também tem apresentado ótimos resultados no Nordeste do Brasil, especialmente em Pernambuco, Alagoas, Bahia e Paraíba. 

 

“É uma variedade bastante ereta e com excelente adaptação ao plantio mecânico, o que a caracteriza como moderna e facilitadora das práticas de mecanização, incluindo o plantio e a colheita”, comenta.

 

Variedade IACSP02-1064 se adapta a diversas regiões do país

 

A variedade IACSP02-1064 também tem adaptação muito boa a diversas regiões, além de ser muito competitiva, com alta produtividade. Por ser precoce, amadurece logo no início da safra, qualidade que interessa a canavicultores e usinas. A IACSP02-1064 acumula elevada sacarose e pode ser colhida por um longo período da safra – de abril a setembro. Seu rápido desenvolvimento inicial auxilia no sombreamento das entrelinhas, reduzindo a matocompetição. Com esse perfil, essa variedade tem mostrado excelente adaptação em manejo orgânico.

 

Outro destaque é a excelente estabilidade, viabilizando sua utilização em diversas regiões canavieiras do Brasil e em diferentes solos, o que deverá proporcionar sua instalação em vários estados. A IACSP02-1064 apresenta boa performance agroindustrial em praticamente todo o Estado de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

 

“Em regiões com chuvas mais irregulares, como Goiás, Minas Gerais e Tocantins, man tém-se competitiva quando a alocamos em solos de maior potencial produtivo”, afirma Landell. 

 

Variedade IACCTC05-5579 é destaque em regiões de clima quente

 

A variedade de cana IACCTC05-5579 possui perfil bastante moderno: ereta, com fechamento vigoroso das entrelinhas e muito adaptada ao plantio e colheita mecânicos.

 

“Ela viabiliza canaviais de grande longevidade graças à elevada população de colmos, atingindo número 38% a mais que a variedade padrão, a RB867515. Isso resulta em canaviais próximos de 100 mil colmos por hectare, com grande longevidade”, complementa. 

 

A IACCTC05-5579 destaca-se principalmente nas regiões mais quentes, como norte e oeste paulistas e em Goiás. Mesmo em áreas que sofrem incêndios criminosos, tem excelente capacidade de brotação após a colheita e no momento da nova brotação.

 

IACCTC06-5732: elevada população de colmos

 

A IACCTC06-5732 é outra variedade que tem elevada população de colmos, superior à variedade padrão RB867515 em 31,4%.

 

“Isso ocorre porque ela apresenta excelente soqueira, com alta população de colmos em cortes avançados”, atesta.

 

A equipe do Programa Cana IAC recomenda seu plantio em condições ambientais melhores. Sua colheita poder ocorrer praticamente durante toda a safra, otimizando o início com o uso de produtos maturadores. Além dessa longevidade, esse material é muito adaptado ao plantio mecânico. Por apresentar hábito de crescimento ereto, também favorece a colheita mecânica.

 

IACCTC08-9052: apresenta boa contribuição em regiões de maior altitude

 

Com bons resultados, principalmente no Estado de São Paulo, a IACCTC08-9052 também apresenta boa contribuição em regiões de maior altitude. Deve ser instalada em ambientes superiores ou de médio potencial. Também tem ótima performance com irrigação suplementar, mesmo que deficitária.

 

“Tem um rápido crescimento inicial, o que possibilita alta taxa de multiplicação em viveiros. A população de colmos supera em 19,1% ao d a variedade padrão RB867515”, completa Landell.

 

 

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Chuva beneficia lavouras no oeste do PR e MS

Nesta segunda-feira (02), uma frente fria que se encontra na costa da região Sul é responsável por organizar instabilidades sobre áreas do centro-sul do país ao longo dos próximos dias, deixando as áreas produtoras em alerta devido à possibilidade de temporais. Entre esta madrugada e a manhã, alguns municípios do oeste já receberam acumulados acima de 30mm, como Foz do Iguaçu e Goioerê no Paraná, e Chapecó em Santa Catarina.

 

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Foto/Reprodução Getty Images

 

Essa chuva que ocorre nas áreas mais a oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul, entre hoje e os próximos dias, apesar de paralisar momentaneamente as atividades em campo, deve trazer um alívio aos produtores da região, uma vez que as lavouras destas áreas vem sofrendo com a irregularidade da chuva. No estado do Rio Grande do Sul os principais acumulados novamente devem ser observados nas áreas mais ao norte do estado nos próximos dois dias, beneficiando as lavouras de soja da região, mas o sistema se desloca rapidamente e a partir da terça-feira (03) o tempo já deve começar ficar mais seco em grande parte do estado gaúcho.

 

Assista ao vídeo: 

 

Ainda nesta segunda-feira, devido à atuação de outras instabilidades sobre o Sudeste, fica a atenção para possibilidade de granizo sobre o Rio de Janeiro, centro-sul de Minas Gerais (incluindo as regiões do Triangulo Mineiro, Sul e Zona da Mata), sul do Espírito Santo, leste de Mato Grosso do Sul e sul de Goiás, os quais podem trazer transtornos as lavouras da região. Com o avanço da frente fria e a atuação de um sistema de baixa pressão, são esperados volumes significativos de chuva entre esta terça e quarta-feira sobre Santa Catarina, Paraná, e também em algumas áreas do Sudeste e Centro-Oeste.

Na segunda metade desta semana, a chuva deve novamente ficar concentrada entre o Sudeste, algumas áreas do Centro-Oeste, norte do país e também sobre o Matopiba, enquanto no sul a tendência seguirá com tempo mais seco. Devido à frequência dos episódios de chuva sobre parte do Sudeste, e como novamente nos próximos dias são esperados altos volumes de chuva na região, fica a atenção para possibilidade de erosão no solo, pois algumas áreas já se encontram com o solo bastante encharcado.

 

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