Chuva contribuiu para semeadura do trigo

Queda do dólar diminui preço do cereal em 3,24% no Brasil

As chuvas ocorridas na Região Sul contribuíram para uma boa semeadura do trigo. De Corbélia, no Paraná, a produtora rural Janaina Maide conta que o cereal está se desenvolvendo muito bem no campo.

Foto: Janaina Maide – Corbélia Paraná

Preço do trigo

A variação de preço do trigo é totalmente dependente da moeda estadunidense, afinal, as negociações são feitas dessa forma. O dólar, que estava a R$4,95 na segunda quinzena de maio, agora, no final de junho, operou em R$4,79. Com isso, as negociações ficaram mais baratas: o trigo, que custava R$1422/ton em maio, fechou a R$1376/ton em junho, valor 3,34% mais barato que o último mês.

Os preços começaram a cair também devido ao acordo entre Rússia e Ucrânia, que permitiu a exportação de grãos por meio dos portos ucranianos, pelo Mar Negro. Os países são dois dos maiores exportadores do cereal e, juntos, correspondem a praticamente um terço das exportações globais de trigo. Por conta da guerra na Ucrânia em 2022, os preços mundiais do cereal dispararam e obrigaram as duas nações a estabelecerem um acordo contra a insegurança alimentar para baratear os alimentos.

Fábio Pizzamiglio, especialista em negócios internacionais, destaca que, em maio, o país importou quase metade da quantidade do produto em comparação ao ano passado. O país está reduzindo a dependência do trigo, mas ainda precisa exportar mais para alcançar o superávit.

“Em maio de 2022, o Brasil importou mais de 500 mil toneladas de trigo. Já neste ano, foram 280 mil toneladas e as exportações caíram de 100 mil para 70 mil”, diz.

Para o consumidor final, os preços também registraram queda. O maior exemplo é o pão francês, com uma redução de 0,72% no preço durante o mês de junho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O alimento, que estava a R$22,90/kg no mês de março, hoje pode ser comprado por R$22,72/kg. O Instituto também constatou que essa baixa tem a ver com a diminuição da alimentação em domicílio, que recuou em 0,81% em junho.

O trigo continua com forte pressão de mercado. Mundialmente, a oferta ultrapassa a demanda e os preços russos são difíceis de competir, já que o país restringe o corredor de escoamento e monopoliza a exportação. Devido à baixa demanda e aos preços competitivos da Rússia, a média de valor do cereal foi cotada a US$ 352,02/ton nos Estados Unidos na primeira semana de junho, fato que representou uma desvalorização de 2,57% para a semana seguinte. Esses valores impactam quaisquer países que façam transações dolarizadas.

Tendência do Clima

Na segunda metade da semana uma frente fria deve avançar de forma costeira pelo Sudeste provocando alguns episódios de chuva de forma isolada e fraca sobre a faixa leste da região. Porém, a chuva não deve se espalhar para as demais áreas do interior do Sudeste. Ainda na segunda metade da semana, o avanço de uma massa de ar frio, que acompanha a passagem da frente fria, deve provocar um declínio mais acentuado das temperaturas entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina nas madrugadas da quinta e da sexta-feira, mas demais áreas do centro-sul não há previsão para declínio acentuado das temperaturas, apenas as máximas devem diminuir um pouco na segunda metade da semana entre o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Durante a próxima semana o tempo seco vai predominar e as temperaturas tendem a ficar em elevação sobre a maior parte das áreas produtoras do interior do Brasil. Episódios de chuva mais significativos estão previstos para região Sul a partir da metade da próxima semana, quando áreas de instabilidade devem se tornar mais generalizadas e devem provocar chuvas mais generalizadas e duradouras sobre os estados do Sul do país. Além disso, na segunda semana de julho a passagem de uma frente fria deve propagar alguns episódios de chuva até o estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Esse sistema virá acompanhado por um declínio mais acentuado das temperaturas sobre o extremo Sul do Brasil. As temperaturas também devem diminuir no final da primeira quinzena de julho sobre o interior do centro sul, mas por enquanto não há indicativo para frio extremo e nem risco para ocorrência de geadas em áreas produtoras.

Leia também: Colheita do milho segunda safra avança no Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *