Categorias
Noticias Agrícolas

Paraná inicia vazio sanitário

O objetivo é reduzir o fungo causador da ferrugem asiática. Veja também como fica o clima

O vazio sanitário teve início no último dia 10 de junho no Paraná. Outros estados produtores de soja devem iniciar o processo nos próximos dias como é o caso de Mato Grosso e Goiás (15 de junho) e Rio Grande do Sul (13 de julho). O calendário completo está dispoível aqui. 

Em 2021, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a Portaria nº 388, de 31 de agosto de 2021, que estabelece o vazio sanitário, como medida para o controle do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem-asiática da soja, e o calendário de semeadura, como medida fitossanitária para racionalização do número de aplicações de fungicidas.

A pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, explica que o vazio sanitário é o período definido e contínuo em que não se pode manter plantas vivas de soja em uma determinada área. Esse período deve ser de, pelo menos, 90 dias sem a cultura e sem plantas voluntárias no campo. “O objetivo é reduzir a população do fungo no ambiente na entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra”, destaca.

Desde sua introdução no Brasil, em 2001, a ferrugem-asiática da soja, é a mais severa doença da cultura. Segundo levantamentos do Consórcio Antiferrugem, a doença pode levar a perdas de até 80%, se não for controlada, enquanto, os custos com o controle da ferrugem e de outras doenças para os agricultores no Brasil, excedem US$ 2 bilhões por safra. O fungo é capaz de se adaptar às estratégias de controle, seja pela perda da sensibilidade aos fungicidas ou da “quebra” da resistência genética presente em algumas cultivares de soja, de modo que o número de soluções práticas para o controle da doença ainda é limitado. 

De acordo com a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, as estratégias de manejo estão centradas em práticas como: o vazio sanitário, a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeadura no início da época recomendada como estratégia de escape da doença, a adoção de cultivares resistentes, respeito ao calendário de semeadura e a utilização de fungicidas.

Tendência do Clima

Uma frente fria já espalha muitas instabilidades sobre o Sul do Brasil e até a metade da semana a intensificação de uma área de baixa pressão atmosférica, entre o Sul e Sudeste, provoca aumento das instabilidades sobre o centro-sul do país. Estão previstos altos volumes de chuva entre o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Há potencial para transtornos nesses estados, devido ao alto volume de chuva previsto até o dia 15 de junho e o risco para ventos fortes, associados a atuação da área de baixa pressão atmosférica. Algumas localidades entre o nordeste do Rio Grande do Sul, leste de Santa Catarina, leste do Paraná e sul de São Paulo podem receber volumes superiores a 100 mm. Entre esta segunda e a quarta-feira, episódios mais isolados e com moderada intensidade devem chegar ao interior de Mato Grosso, sul de Goiás, ao sul e Triângulo Mineiro.

Acompanhando o avanço da frente fria, uma massa de ar de origem polar está avançando pelo sul da América do Sul e já é responsável por temperaturas bastante baixas sobre o Rio Grande do Sul nesta segunda-feira. O frio deve avançar pelo interior do Brasil entre a próxima quarta e a quinta feira, quando as instabilidades vão começar a perder força sobre o centro-sul. A massa de ar de origem polar deve avançar de forma continental no decorrer da segunda metade da semana, provocando declínio acentuado nas temperaturas, não somente sobre a região Sul, mas também sobre o interior do Sudeste, do Centro-Oeste, inclusive sobre grande parte de Mato Grosso, e até mesmo sobre as áreas mais ao sul da região Norte, fenômeno conhecido como friagem.

Em Mato Grosso do Sul, sobre o sul e sudoeste do Estado, há previsão para temperaturas mínimas próximas a 3 °C na madrugada da quinta-feira e há risco para ocorrência de geadas isoladas, que podem atingir áreas produtoras de milho segunda safra. No entanto, além dos episódios serem isolados e fracos, não devem ser persistentes e na madrugada de sexta-feira já reduz o risco de frio extremo sobre áreas produtoras de Mato Grosso do Sul.

Já entre Sul e Sudeste o frio mais intenso está previsto a partir da sexta-feira, já que na quinta-feira ainda há previsão de chuvas e o tempo ficará mais fechado, especialmente na faixa leste das duas regiões. No Sul o risco para geadas aumenta nas madrugadas do sábado e domingo entre o interior gaúcho e o sul paranaense. Já no Sudeste o risco para geadas é muito baixo. O fenômeno até pode ocorrer nas regiões serranas entre São Paulo e sul de Minas Gerais, mas de uma forma mais isolada e fraca.

Nas áreas mais ao norte do Brasil, a chuva segue intensa sobre o norte do Amazonas e interior de Roraima, onde algumas localidades podem receber mais de 100 mm até o próximo final de semana e a tendência é que ao longo dos próximos dias a chuva se espalhe um pouco mais pelas áreas mais ao sul da região Norte, inclusive atingindo áreas do interior de Rondônia e do Acre. Isso deve ocorrer porque a frente fria, que vai avançar pelo centro-sul do país deve atrair a umidade do Amazônia sobre o interior do Brasil e as instabilidades devem aumentar e se espalhar sobre as áreas mais ao sul da região Norte.

No Nordeste as chuvas devem continuar ocorrendo sobre as áreas litorâneas, ainda com moderada intensidade entre Sergipe e Rio Grande do Norte e de forma mais isolada sobre as demais áreas. No interior nordestino o tempo vai continuar seco e quente.

Leia também: El Niño está formado. Saiba o impacto para a agricultura

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *